Preparo do solo e plantio da cana-de-açúcar em debate

​Cerca de 129 Técnicos de usinas de cana-de-açúcar da região Sul de Mato Grosso do Sul compareceram, na terça, 7 de março, no primeiro seminário agrícola do ano de 2017

09.03.2017 | 20:59 (UTC -3)
Christiane Congro Comas

Cerca de 129 Técnicos de usinas de cana-de-açúcar da região Sul de Mato Grosso do Sul compareceram, na terça, 7 de março, no primeiro seminário agrícola do ano de 2017, intitulado “Preparo do solo e plantio da cana-de-açúcar”. Este seminário foi o primeiro de cinco que acontecerão durante o ano de 2017 e faz parte da programação do 3º Ciclo de Seminários Agrícolas O seminário, realizado pela Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul (Biosul) e Embrapa Agropecuária Oeste, aconteceu no auditório da Embrapa, das 8h30 às 17 horas. A organização do evento foi da TCH Gestão Agrícola.

O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho falou sobre as “Perspectivas para o Setor Sucroenergético”. Ele falou da importância do Renova Bio – Biocombustíveis 2030, um plano nacional do Ministério de Minas e Energia, voltado para o desenvolvimento do setor de biocombustíveis, que será realizado em parceria com o setor sucroenergético nacional. “O objetivo é dobrar a produção brasileira de etanol, aumentando 20 bilhões de litros por safra, até 2030. Atualmente, o Brasil produz, em média, cerca de 30 bilhões de litros de etanol por safra”, disse Hollanda. Ele destacou ainda que a Biosul é umas das empresas que está participando da elaboração do Renova Bio. “A parceria com a Embrapa é fundamental para viabilizar resultados práticos que possam ser aplicadas pelas usinas”, finalizou ele.
O Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus, ressaltou que um dos temas prioritários da Unidade é a agroenergia. “Trazer as demandas do setor de forma organizada para a pesquisa, por meio dessa parceria, é uma das iniciativas que tem possibilitado resultados positivos para todo o seguimento sucroenérgetico. “Esse seminário, é o primeiro da série planejada para 2017. Hoje, na Embrapa Agropecuária Oeste temos muitas pesquisas e atividades de transferência de tecnologia voltados para esse setor”, disse ele.
O diretor agrícola da Usina Laguna, de Baytaporã, Werner Semmelroth, disse que os seminários são muito técnicos e sempre possibilitam melhorias nos aspectos relacionados aos tratos culturais, manejo, melhorias do solo, controle de pragas e doenças. “As sugestões dos seminários têm possibilitado muitas melhorias para nosso trabalho, além de favorecer as trocas de informações informais. A Embrapa tem um corpo técnico muito bom, que conhece muito sobre diversos assuntos agrícolas de nossa região. A experiência da Embrapa tem nos ajudado bastante”, destacou Werner.
Com informações compiladas do aspecto climático, a partir de dados de diversos institutos nacionais e internacionais que realizam previsão do tempo, o pesquisador Claudio Lazzarotto apresentou as probabilidades e disponibilidade de chuvas para o outono. “Nos meses de março e abril, início das colheitas e plantio, as chuvas devem ser frequentes, porém com distribuição irregular”, disse ele.
Já o pesquisador Carlos Ricardo Fietz, da Embrapa Agropecuária Oeste, falou sobre fatores de risco climático para a cultura da cana-de-açúcar. Ele destacou que em Mato Grosso do Sul, além da quantidade das chuvas, sua distribuição é muito importante. Ele disse ainda que o plantio da cana-de-açúcar no inverno é de alto risco climático na região sul de Mato Grosso do Sul. O motivo é que os meses de junho, julho e agosto são os mais frios e com menos chuvas no ano. Saiba mais.
Fietz também falou sobre os plantios de cana-de-açúcar de ano e meio, que devem ser realizados preferencialmente entre dezembro e abril. “Com condições de umidade e temperatura do solo mais favoráveis, a brotação, emergência e estabelecimento dos canaviais é favorecida, diminuindo a quantidade de mudas por área e resultando em plantios com menor números de falhas”, explicou ele. Mais informaçõessobre esse assunto.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Cesar José da Silva, salientou a importância dos plantios serem realizados preferencialmente no período recomendado pel zoneamento de risco climático para a cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul, que estabelece o plantio de outubro a abril. Saiba mais. Plantios fora deste período devem vir acompanhados de planejamento e utilização de técnicas agronômicas que auxiliam na redução dos efeitos negativos das condições agroclimáticas desfavoráveis, especialmente a baixa disponibilidade de água e temperaturas baixas do solo, que podem causar perdas significativas de produtividade. Para estas situações os plantios de inverno em áreas devem ser priorizados nas aréas onde é possível realizar a utilização de torta de filtro no sulco de plantio e a fertirrigação.
José Luís Coelho, da Antoniosi, falou das tendências e desafios do plantio mecanizado da cana-de-açúcar com plantadoras automatizadas. Henry Violin, da Adama, apresentou o fluensulfone, uma nova ferramenta para manejo de nematoides. José Carlos Rufato, da Syngenta, apresentou as novas tecnologias da empresa para o plantio de cana-de-açúcar. O consultor Luiz Romeu Voss falou de preparo de solo canteirizado. Ao final foi feito um debate, conduzido pelo gerente agrícola da Usina Passatempo (Biosev) Leandro Duarte.


Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

LS Tractor Fevereiro