Porto de Paranaguá se prepara para movimentar a próxima safra

Os silos públicos e as estruturas de uso comum aos terminais operadores do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá passam por uma revisão para operar a todo vapor, em 2020

15.01.2020 | 20:59 (UTC -3)
Porto de Paranaguá

Janeiro é mês em que a produção se desenvolve no campo e a empresa pública Portos do Paraná aproveita para fazer manutenções e se preparar para movimentar a produção quando chegar o período de safra. Os silos públicos e as estruturas de uso comum aos terminais operadores do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá passam por uma revisão para operar a todo vapor, em 2020.

“Essa manutenção é realizada em conjunto com as empresas operadoras. Estamos nos preparando para o aumento na movimentação dos grãos de exportação, já em fevereiro e março, quando esperamos um volume grande com a entrada da nova safra de soja no mercado”, explica o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

A manutenção preventiva do silo vertical (Silão), dos armazéns e da moega está sendo feita em cooperação com a Associação dos Operadores Portuários do Corredor de Exportação (AOCEP). Segundo o responsável técnico, Andrey José Dahle Bonaldi, além da limpeza das estruturas fixas, toda revisão e manutenção mecânica, civil e elétrica estão sendo feitas.

“Estamos fazendo a revisão mecânica nas balanças e tombadores, manutenção preventiva nas balanças de fluxo, revisão dos painéis além da limpeza e vários serviços de manutenção elétrica e civil, como pintura, troca de chaparia, melhoria no acesso aos tombadores e nas vias da moega como um todo”, informa.

Segundo ele, a manutenção de parte da moega e dos armazéns deve ficar prontas até o próximo dia 15. Já as correias transportadoras, as dalas e todas as demais estruturas e equipamentos que compõem a ligação comum entre os terminais e o cais estão sendo revistas em parceria com a Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (ATEXP).

NORMAS - O gerente de manutenção e operação da Atexp, Silvio Camargo, explica que são manutenções preventivas nos equipamentos, que visam atendimento das normas de segurança (NR10, 13, 12, 17 e afins) para garantir o escoamento da safra 2020 com melhor performance nas linhas do eixo comum.

Os seis shiploaders que operam nos três berços do Corredor (212, 213 e 214), estão sendo lavados e lubrificados, os componentes que apresentavam defeitos serão trocados, e, de acordo com a Associação, há previsão de 2.500 metros de correias dos transportadores e de alguns shiploaders.

Em relação a manutenção eletroeletrônica, estão sendo feitas ações preventivas em todas as subestações (são cinco no total), além da revisão de todas as unidades de comandos instaladas no CCM (centro de controle de Motores), e rearranjo de todo o sistema de comunicação entre comandos e acionamentos das linhas.

“Esse último, visa modernizar o sistema de acionamento de alguns transportadores que hoje são chamados de superberço, visando a melhora no escoamento da carga”, completa Camargo. Ele lembra que, durante essas manutenções, há um reforço na contratação da equipe. “Dobramos o número de colaboradores”, afirma.

CRONOGRAMA - A previsão é que a manutenção do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá seja concluída até o final do mês. Até lá, a programação de atracação no complexo está sendo feita por escalas, para que os navios continuem operando. Um berço passa por manutenção, por vez. O 212 fica em revisão do dia 2 ao dia 15 de janeiro. Na sequência, o 214, de 16 a 25; e o 213, de 27 de janeiro a 8 de fevereiro.

“Todo ano, fazemos a manutenção nesta época. O objetivo é dar mais confiabilidade ao sistema, para poder enfrentar o ano que começa com tranquilidade”, afirma o direto de Operações, Luiz Teixeira da Silva Junior. Em 2019 foram investidos cerca de R$ 1.58 milhão na aquisição de novas correias transportadoras.

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Segundo o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, Salatiel Turra, são dois os fatores que fazem o movimento dos grãos ficar mais tranquilo nesta época.

“A soja ainda está em fase de desenvolvimento vegetativo, frutificação e maturação, e o milho da segunda safra 2018/2019 já está quase todo comercializado. A primeira safra de milho, que está também na fase de desenvolvimento, não vai tanto para comércio. Fica mais para silagem e consumo interno”, explica.

Segundo o especialista em soja, do departamento, Marcelo Garrido, este ano o plantio de soja atrasou. “Ou seja, a colheita também deve atrasar entre 15 ou 20 dias. Em 2018, nesta época, já tinha 5% da área colhida. Este ano, deve iniciar mesmo em fevereiro, mas o grande volume é esperado para março”, diz.

“As atenções dos produtores de milho também estão voltadas para o campo. O movimento é de insumos para o plantio da segunda safra, neste momento, e não da produção”, completa o especialista em milho, Edmar Gervásio.

Segundo o Deral poderão ser colhidas até 23,4 milhões de toneladas de grãos, volume que, se concretizado, será 19% acima de igual período do ano anterior quando foram colhidos 19,7 milhões de toneladas.

O plantio de soja ocupa 92% da área plantada em todo Estado, com 5,4 milhões de hectares. A previsão para a safra de soja 19/20 está mantida em 19,8 milhões de toneladas, volume 23% maior que na safra passada, quando foram colhidas 16,1 milhões de toneladas.

A primeira safra de milho está totalmente plantada, ocupa uma área de 335 mil hectares - 7% a menos que na safra anterior. A estimativa de produção é de 3,1 milhões de toneladas, repetindo o volume da safra passada.

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