Pesquisas buscam abordagem integrada para reduzir perdas de rendimento causadas por Fusarium em bananas em São Paulo

A fusariose, também conhecida como mal-do-Panamá, é um grave obstáculo

28.10.2016 | 21:59 (UTC -3)
Cristina Tordin

A banana tem um grande impacto socioeconômico no Brasil, abrangendo cerca de 500 mil ha, com um valor de produção anual de cerca de 6 bilhões de dólares. A fusariose, também conhecida como mal-do-Panamá, é um grave obstáculo, especialmente para os produtores das variedades Prata e Maçã.

A doença pode forçar os agricultores a abandonar áreas ou mudar para as variedades menos rentáveis ou mesmo para outras culturas.

Práticas de manejo direcionadas à melhoria da saúde do solo e das raízes têm um grande potencial para diminuir o impacto da a fusariose da bananeira. No entanto, o sucesso desta estratégia se baseia em dados consistentes e profunda compreensão das interações solo-planta, que são em grande parte influenciados por práticas de manejo e fatores específicos do local.

No trabalho apresentado no Simpósio Promusa 2016, em Montpellier, na França, em outubro, pesquisadores da Embrapa, IAC e APTA abordam resultados de duas estratégias de pesquisa realizadas em plantações de banana no Estado de São Paulo.

Conforme Miguel Dia, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), lotado na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), na primeira estratégia, estudos de campo são realizados em áreas contrastantes quanto à intensidade da fusariose com o objetivo entender uma possível relação de práticas de manejo, fatores bióticos e abióticos, com a intensidade da doença. Esses estudos são financiados pela Fapesp e abarcam 20 propriedades de quatro polos produtores do Estado de São Paulo, Vale do Ribeira, São Bento do Sapucaí, Jales e Cândido Mota.

A segunda estratégia é fundamentada no estabelecimento de ensaios experimentais em áreas altamente afetadas pela doença. Nessas áreas um conjunto de práticas de manejo são integradas visando criar ambientes contrastantes de saúde do solo. Estas práticas incluem fontes diferentes de N, P, K, aplicação de silício, matéria orgânica, inoculação de microrganismos benéficos, bem como o uso cultivares gerados pela Embrapa com diferentes níveis de resistência à Fusariose da bananeira.

Resultados preliminares da primeira estratégia variam de acordo ao polo de produção , mas ressaltam a necessidade de uso de material de plantio livre da doença, bem como práticas adequadas de manejo do solo e controle de nematoides e brocas. Já os resultados da segunda estratégia indicam que a variedade 'Prata' responde positivamente às práticas de manejo de saúde do solo com uma redução de até 50% na fusariose no primeiro ciclo de produção. Variedades geradas pela Embrapa como BRS Platina (tipo Prata) e BRS Princesa (tipo Maçã) tem mostrado altos níveis de resistência à fusariose e grande potencial produtivo.


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