​Pesquisador faz recomendações sobre monitoramento de pragas do início ao fim do ciclo da soja​

Lagarta-elasmo e torrãozinho tiveram mais incidência nas plantações da região de Sorriso, norte de Mato Grosso, desde o início da soja até a regularização das chuvas

29.01.2021 | 20:59 (UTC -3)
Julianne Caju

A importância do monitoramento de pragas em todas as etapas que envolvem o ciclo da soja é um tema que o produtor deve ficar atento. O alerta é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Proteplan, Clérison Régis Perini. Ele analisa o nível de dano econômico das pragas na soja, o manejo biológico dessas pragas e os níveis de infestação e danos da mosca-branca.

Segundo o pesquisador, as pragas que tiveram mais incidência nas plantações da região de Sorriso, norte de Mato Grosso, desde o início da soja até a regularização das chuvas, foram as lagarta-elasmo e torrãozinho. No período de florescimento da soja, ele explica que houveram mais casos de Spodoptera frugiperda e Helicoverpa armigera, em soja não Bt (Spodoptera frugiperda em alguns casos isolados de soja Bt). Já no período de enchimento de grãos, o grande problema foram os percevejos, mosca-branca e ácaros.

“No início do cultivo, a irregularidade de chuvas contribuiu para o aparecimento dos casos. Mas, a ocorrência dessas pragas está associada, principalmente, à cultivar de soja adotada pelo produtor, com a tecnologia da soja (Bt ou não Bt), com as pontes verdes de cultivo intenso na safra e na entressafra em pivô de irrigação e também com as falhas de controle e os escapes dessas populações”, explica Clérison Perini.

Sobre essa fase do cultivo, as principais recomendações de manejo de pragas, segundo Perini, é iniciar com o monitoramento na lavoura feito pelo próprio produtor. Identificando as espécies, as fases (ovo, lagartas/ninfas e adultos) e o número de insetos por metro quadrado (lagartas e percevejos) ou por folíolo (mosca-branca e ácaros). “O pano-de-batida vertical com calha, a lupa de bolso, uma prancheta e uma caneta (ou tablet) são as ferramentas para o produtor realizar o monitoramento de forma eficaz”, recomenda.

Essas informações estão sendo apresentadas no Open SKY Soja 2021, que acontece na Estação de Pesquisa da Proteplan, em Sorriso - MT. O evento conta com apresentações de vitrines de cultivares de soja, apresentações de ensaios de doenças e palestras. Com público limitado, o evento segue todos os protocolos de saúde recomendados pela OMS. O Open SKY Soja é gratuito e debate vários temas de pesquisa que geram segurança e rentabilidade para o produtor no cultivo da soja. A programação segue até sexta-feira (29).

Próxima Safra

Reduzir a densidade populacional a níveis que impeçam danos econômicos na cultura atual e na cultura seguinte, é a principal forma de garantir os cuidados e a qualidade das próximas safras. “Os períodos mais críticos para o aparecimento das populações de pragas é o início do ciclo, devido ao potencial de perda de plantas/hectare, e no período reprodutivo, devido aos danos diretos no produto comercializável, que são os grãos”, finaliza o engenheiro agrônomo e pesquisador da Proteplan.

O Open SKY Soja 2021 conta com o apoio de diversas marcas que acreditam no progresso do agronegócio. Adama, Basf, Bayer, Corteva, FMC, Grupo Vittia (Biovalens), Ihara, Oxiquímica, Sumitomo, Syngenta e UPL.


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