Peletização agrega qualidade e segurança a sementes de alface da Embrapa

As sementes das cultivares BRS Leila, BRS Lélia e a BRS Mediterrânea são as primeiras peletizadas entre o portfólio

19.03.2020 | 20:59 (UTC -3)
Anelise Macedo​

Três cultivares de alface ganharam um importante componente de agregação de valor às suas já comprovadas características, a exemplo da tolerância ao calor e às principais doenças que incidem a cultura: as sementes das cultivares BRS Leila, BRS Lélia e a BRS Mediterrânea são as primeiras peletizadas entre o portfólio de materiais desenvolvidos pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) que estão sendo comercializados. 

Processo que consiste na aplicação de materiais inertes ao redor das sementes, tornando-as uniformes no formato e aumentando o tamanho, a peletização é especialmente indicada para aplicação em sementes pequenas, leves e desuniformes, como é o caso das sementes de alface, e possibilita também o uso de tratamentos adicionais, como aplicação de micronutrientes e fungicidas.

“Tendo em vista que a maioria das sementes de hortaliças é pequena e/ou com formato irregular, essa é uma prática comumente utilizada para esse grupo como alternativa para facilitar a semeadura e reduzir perdas”, comenta Caroline Jácome, pesquisadora da área de tecnologia de sementes.

No caso da alface, a peletização é ainda mais recomendável, na opinião do pesquisador Warley Nascimento, que atua na área de tecnologia e fisiologia de sementes de hortaliças. Segundo ele, o tamanho pequeno da semente de alface dificulta a distribuição nas bandejas durante a produção de mudas, o que poderá afetar a plantabilidade e consequentemente o estabelecimento de plântulas, daí a importância da peletização. Mas não apenas sob esse aspecto.

“Além da peletização, as sementes das nossas cultivares passam por outro tratamento denominado condicionamento fisiológico ou osmótico (“seed priming”), que propicia uma germinação mais rápida – dois dias contra cinco ou seis dias de outras sementes não tratadas -  e maior uniformização, além de serem menos afetadas por estresses bióticos (insetos-pragas, fungos, bactérias, vírus e nematoides) e abióticos (déficit hídrico, baixas ou altas temperaturas, salinidade, etc.) durante a germinação e estabelecimento de plântulas”, destaca Nascimento.

Características 

Para Fábio Suinaga, pesquisador e coordenador do programa de melhoramento genético de alface, a peletização imprime um grau maior de segurança para os horticultores, que já contam com a tolerância às altas temperaturas apresentadas pelas cultivares BRS Leila, BRS Lélia e BRS Mediterrânea. 

“Essas cultivares resistem ao calor até dez dias a mais em comparação com as outras variedades e apresentam melhor adaptação aos diversos sistemas de produção, seja em campo aberto, hidroponia ou cultivo protegido”, acentua o pesquisador, para quem quanto mais tecnologia colocada na semente, maior segurança para o horticultor. 

Comercialização

As cultivares de alface foram desenvolvidas por meio de contrato de cooperação técnica em parceria com a empresa Agrocinco, que está licenciada para a comercialização de sementes, nos termos da Lei de Inovação Tecnológica (lei n° 10.973, de 2 de dezembro de 2004). Para os interessados em adquirir as sementes peletizadas, os contatos podem ser realizados pelo e-mail agrocinco@agrocinco.com ou pelo telefone (19) 3879-6787.


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