Pegada de carbono do amendoim paulista é inferior à da média mundial

Pegada de carbono do amendoim paulista encontrada em estudo de avaliação foi de 616 kg CO2eq/t de amendoim em vagem, valor bastante favorável, por ser 60% inferior à média mundial

17.02.2023 | 13:56 (UTC -3)
Embrapa

A pegada de carbono do amendoim paulista  encontrada em estudo de avaliação foi de 616 kg CO2eq/t de amendoim em vagem (kg de dióxido de carbono emitido por tonelada de produto), valor bastante favorável, por ser 60% inferior à média mundial, considerando valores depositados no banco de dados Ecoinvent (banco de dados de inventários de ciclo de vida de produtos). Este valor pode inclusive ser utilizado para posicioná-lo no que diz respeito às emissões de gases de efeito, em mercados nacionais e internacionais.

O valor será apresentado pela pesquisadora Nilza Patrícia Ramos da Embrapa Meio Ambiente aos produtores da cultura no 14º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim, em 23 de fevereiro na Apta Polo Regional Centro Norte (Pindorama-SP). O conhecimento da pegada de carbono informa, aos consumidores e público em geral, quanto de dióxido de carbono é emitido para se produzir uma determinada quantidade de produto. 

O trabalho de levantamento da pegada de Carbono do amendoim foi realizado pela equipe de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) da Embrapa Meio Ambiente, em parceria com  o setor produtivo paulista, com a Embrapa Algodão e com a Apta Polo Regional Centro Norte, com financiamento da Fapesp. A metodologia de ACV foi selecionada por ser a mais reconhecida internacionalmente, para este tipo de levantamento pois, segundo a pesquisadora Marília Folegatti, tem uma forte base científica e permite a contabilidade dos impactos ambientais potenciais no ciclo de vida do produto (neste caso, desde o berço até portão da fazenda).

Anna Leticia Pighinelli, analista da Embrapa Meio Ambiente, enfatiza que as informações usadas no estudo foram, predominantemente, com dados primários (especialistas em amendoim), além de consultas à literatura técnico-científica. O uso deste tipo de dado garante maior representatividade ao estudo. Ela também cita como inovação a consideração da cultura em sistema de produção, com compartilhamento de impactos relativos ao consumo de insumos e operações agrícolas, que são aproveitadas por todas as culturas que estão no sistema, como o preparo do solo e a aplicação de corretivos. 

No caso do amendoim paulista, este compartilhamento resultou na redução de até 14,8% das emissões de carbono. Isto significa dizer que se o amendoim fosse cultivado em sistema solteiro, usando as mesmas práticas deste estudo, a sua pegada de carbono poderia ser de 707 kg CO2eq emitido para cada 1t de amendoim em vagem. 

“Este resultado representa a pegada de carbono do amendoim típico, produzido no estado de São Paulo, elaborada a partir de inventários já depositados em bancos de dados de ACV conceituados (Ecoinvent e SICV), permitindo ao setor produtivo do amendoim, e também aos seus consumidores, acessarem valores representativos e competitivos”, destaca Nilza. A Embrapa Meio Ambiente também tem trabalhado na quantificação da pegada de carbono de outros produtos da agricultura brasileira, como soja, milho, cana-de-açúcar e café. 

O estudo completo é de Nilza Patrícia Ramos, Anna Letícia Pighinelli e Marília Folegatti, Vinícius Maciel (este último, bolsista de inovação) da Embrapa Meio Ambiente; Dartanhã Soares, da Embrapa Algodão; e Marcos Michelott, da Apta Regional Centro Norte.

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