Nutrição da soja movimentou US$ 12 bilhões na safra 2021-22

Estudo FarmTrak, da consultoria Kynetec, registra vendas 57% acima do ciclo 2019-20, quando a primeira pesquisa do gênero foi realizada

20.10.2022 | 14:03 (UTC -3)
Fernanda Campos
Estudo FarmTrak, da consultoria Kynetec, registra vendas 57% acima do ciclo 2019-20, quando a primeira pesquisa do gênero foi realizada; Foto: Wenderson Araujo/CNA
Estudo FarmTrak, da consultoria Kynetec, registra vendas 57% acima do ciclo 2019-20, quando a primeira pesquisa do gênero foi realizada; Foto: Wenderson Araujo/CNA

A consultoria Kynetec apurou que o mercado de produtos para nutrição da soja cresceu da ordem de US$ 7,8 bilhões na safra 2019-20 para perto de US$ 12 bilhões no ciclo 2021-22 (+57%). O levantamento faz parte do estudo FarmTrak, exclusivo da empresa e analisou os segmentos de corretivos e condicionadores de solo, adubação de base, adubação de cobertura, inoculantes, bioestimulantes e fertilizantes via semente e foliares.

“Mesmo ante a desvalorização cambial de 27% entre as duas safras comparadas, o mercado avançou em área cultivada, número de tratamentos e adoção para corretivos, tratamento de sementes e inoculantes”, diz Giovanni Coser, engenheiro agrônomo, especialista em nutrição de plantas da Kynetec.

Conforme Coser, os fertilizantes de solo, empregados no plantio ou em cobertura, mantêm a histórica dianteira do mercado de nutrição da soja: mais de 80% de participação ou aproximadamente US$ 10 bilhões em vendas. O desempenho dessa categoria de produtos subiu 50% frente à safra 2019-20 (US$ 6,392 bilhões), quando foi feita a primeira pesquisa da empresa na área.

Giovanni Coser esclarece ainda que, somados, os corretivos e condicionadores de solo e a adubação via semente e foliar, inclusive bioestimulantes, além de inoculantes, respondem atualmente por 19% do mercado de nutrição da oleaginosa, em torno de US$ 2,3 bilhões, segundo a pesquisa da Kynetec.

Gráfico
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Mudanças de comportamento

Outro dado resultante do FarmTrak 2021-22 remete a uma rápida mudança de comportamento do sojicultor em relação ao momento da compra de fertilizantes. Ao final do mês de abril de 2021, revela o estudo, mais de 60% dos produtos movimentados haviam sido transacionados, ao passo que no ciclo 2019-20 as vendas ocorreram de forma pulverizada, ao longo da safra.

“Além da valorização dos fertilizantes, tracionada pela pandemia, pelos custos de matérias-primas e pela guerra na Ucrânia, a leitura da pesquisa revela que o agricultor se preocupa agora não somente com a disponibilidade de produtos, mas, sobretudo, em assegurar seu acesso a tecnologias mais eficientes, que agregam valor à produção”, ressalta Giovanni Coser.

Segundo ele, o FarmTrak também traz à luz um aumento na utilização de bioestimulantes pelo agricultor. Entre 2020 e 2022, frisa o executivo, houve elevação da ordem de 50% na comercialização de tais produtos, de US$ 100 milhões para US$ 150 milhões. Já a adoção dos mesmos saltou de 28% para 38% da área cultivada com soja, cerca de 15 milhões de hectares.

Já no tocante ao conhecimento do agricultor quanto a fabricantes e marcas comerciais, foram mencionados no FarmTrak mais de 330 empresas e 2,8 mil produtos – na pesquisa anterior eram 200 empresas e 1,9 mil produtos. “A variação para cima se explica pela entrada de companhias que passaram a comercializar desde misturas de grânulos até fertilizantes foliares, bem como bioestimulantes e inoculantes”, finaliza Giovanni Coser.

Conforme o líder da Kynetec Brasil, engenheiro agrônomo André Dias, a realização do FarmTrak 2021-22 ocorreu em quase 670 cidades da fronteira agrícola da oleaginosa e ouviu mais de 2,4 mil agricultores. Segundo Dias, a empresa dará continuidade ao levantamento pertinente à nutrição da soja no ciclo 2022-23. “A expectativa é a de construir um histórico robusto desse mercado e detectar as principais tendências para os próximos anos.”

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