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A Rede de Pesquisa SoloVivo busca desenvolver ferramentas para a avaliação do plantio direto em propriedades rurais e microbacias hidrográficas. Seguindo este caminho seus pesquisadores desenvolveram um novo método para a avaliação do manejo em plantio direto: o Diagnóstico Rápido da Estrutura (DRES).
“O DRES é uma proposta metodológica simples e audaciosa”, conta a pesquisadora Alba Leonor Martins, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ). “Ela é simples porque é de fácil compreensão e audaciosa porque a equipe da Rede de Pesquisa SoloVivo estudou praticamente todo o material que existe nos livros sobre a estrutura do solo”.
O diagnóstico é uma ferramenta de transferência de tecnologia em manejo do solo viável, rápida e sensível às alterações induzidas pelo manejo. Foram estudados em campo métodos em diferentes situações, na tentativa de interpretar o manejo do solo e observar se esses métodos refletiam na prática o que acontecia com o solo.
Concluiu-se que para avaliação do manejo com plantio direto a partir da estrutura do solo, seria necessário um olhar diferenciado, ou seja, uma adaptação baseada em procedimentos adotados em outras técnicas, como a Avaliação Visual da Estrutura do Solo (VESS, da sigla em inglês), criada por Peerlkamp em 1967, o Método do Perfil Cultural (1960) e o próprio Manual de descrição e coleta de solo no campo da Embrapa.
Como funciona
O DRES qualifica a estrutura da camada superficial do solo baseado nas condições gerais da gleba avaliada, relativas à conservação ou degradação do solo e em características detectadas visualmente em amostras dos primeiros 25 cm do solo. São observados: tamanho e forma dos agregados e torrões, presença ou não de feições de compactação ou outra modalidade de degradação do solo, forma e orientação das fissuras, rugosidade das faces de ruptura, resistência à ruptura, distribuição e aspecto do sistema radicular e de evidências de atividade biológica. A partir desses critérios, atribui-se uma pontuação de 1 a 6, onde a maior nota significa a melhor condição da estrutura.
Próximos passos
A equipe continua o trabalho para consolidar a validação do método que já foi testado em experimentos de longa duração da Embrapa, e também junto aos produtores nas microbacias estudadas pela Rede de Pesquisa SoloVivo, relacionando o DRES com a infiltração da água no solo, enzimas, fertilidade, densidade entre outros indicadores de qualidade do solo. A ideia é favorecer a identificação de manejos mais adequados em longo prazo.
“A aceitação tem sido boa”, revela Alba. ”Técnicos de cooperativas do Paraná e Mato Grosso do Sul foram capacitados e já pedem novos cursos”.
O DRES é fruto de um trabalho em equipe que envolve a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (FEBRAPDP), a Embrapa Solos, Embrapa Soja (Londrina-PR), Embrapa Trigo (Passo Fundo-RS) e Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), com apoio da Itaipu Binacional.
Ainda em 2017 será publicado um livro sobre o DRES, pretende-se também produzir vídeos que orientarão o passo a passo do diagnóstico.
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