Nova cultivar de cenoura agrega valor à cadeia produtiva

BRS Carmela é a cultivar desenvolvida pela Embrapa Hortaliças; apresentou rendimento superior a 60 toneladas por hectare de raízes comercializáveis

13.12.2022 | 14:25 (UTC -3)
Embrapa
Foto: Henrique Carvalho
Foto: Henrique Carvalho

A cadeia produtiva de hortaliças ganhou um presente neste final de 2022: a BRS Carmela é a mais nova cultivar de cenoura desenvolvida pela Embrapa Hortaliças em parceria com a ISLA Sementes Ltda, dentro das linhas do Projeto de Inovação Aberta - o processo que resultou no desenvolvimento da cultivar foi estabelecido no contrato de cooperação técnica assinado em 2012 entre a Embrapa e a empresa de sementes.

Foram dez anos de ensaios para dimensionar e comparar o desempenho entre diversas cultivares, e nos quais a BRS Carmela apresentou um excelente rendimento comercial, superando 60 toneladas por hectare de raízes comercializáveis. Outras características da cultivar, recomendada para plantio durante a primavera e o verão nas principais regiões produtoras do Brasil, referem-se à tolerância aos nematoides-das-galhas e resistência à queima-das-folhas.

De acordo com o pesquisador Agnaldo Carvalho, coordenador do programa de melhoramento genético de cenoura da Embrapa Hortaliças, a BRS Carmela possui todas as características desejáveis para manter o rendimento em meio às altas temperaturas do verão brasileiro, combinadas com a resistência às principais doenças que afetam o desenvolvimento das raízes. “Um dos mais importantes atributos da cultivar é a manutenção do seu nível de produção e pouco desfolhamento quando da ocorrência da queima-das-folhas, reconhecida como um dos maiores problemas para a cultura”, observa o pesquisador.

Plano de trabalho

A parceria entre a Embrapa Hortaliças e a Isla Sementes prossegue nos próximos anos com a assinatura de Termo Aditivo, que prorroga o prazo de vigência do contrato originário, e que terá início em 30/12/2022, com término previsto em 30/12/2026. Conforme o documento, o objetivo da prorrogação é dar continuidade do trabalho de validação de combinações híbridas de cenoura para consumo in natura, com raízes padrão Nantes (cilíndrica, lisa, de coloração laranja intensa), com resistência à queima-das-folhas e tolerância aos nematoides-das-galhas.

Entre os resultados esperados, o documento destaca a avaliação de 21 híbridos experimentais na safra 2023/2024, com vistas à seleção de sete híbridos com as características desejadas, que serão validados durante as safras dos anos 2024/2025 e 2025/2026.

Sobre a prorrogação do contrato, Carvalho explica que a continuidade do projeto de parceria é essencial para o programa de cenoura desenvolver cultivares híbridas de cenoura que atendam a cadeia produtiva, desde o setor sementeiro até os consumidores finais dessa hortaliça.

“A parceria propicia recursos para pesquisas nas fases iniciais do desenvolvimento dos híbridos nas fases de sínteses de linhagens e triagens dos híbridos de primeira e segunda avaliação, enquanto que a empresa parceira avalia os híbridos em fases finais em nível de produtores, além de fazer o trabalho de lançamento, multiplicação de sementes básicas e comercialização das sementes comerciais”, detalha o pesquisador.

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