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A necessidade de reconstrução do perfil do solo e a recuperação da física e biologia das áreas produtivas afetadas pelas enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul é o principal foco da Nota Técnica nº3, elaborada pelo Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Emater-RS, a nota intitulada “Um olhar sobre a relação solo-máquina-planta na recuperação dos solos afetados pela enchente”, traz novas reflexões sobre fertilidade do solo.
Segundo o professor Michael Mazurana, do Departamento de Solos da UFRGS, é essencial coletar amostras de solo para identificar as melhores práticas de recuperação, considerando a classe de textura e a condição de fertilidade. “A partir desta caracterização é possível fazer um enquadramento e saber qual o grau de degradação física associado à degradação ou não da estrutura química destes ambientes e que intervenções mecânicas podem ser feitas na etapa seguinte”, aponta.
Mazurana ressalta ainda que a recuperação dos solos não segue um modelo único, mas requer uma análise específica de cada área afetada. Entre as etapas sugeridas, está a introdução de plantas de cobertura, que ajudam a estabilizar a estrutura frágil do solo. “Estas plantas de cobertura vão permitir que as raízes possam estabilizar aquela estrutura ainda frágil para dar condições, em uma etapa seguinte, que deve durar de seis meses a um ano, de estarem recebendo algum sistema de cultivo ou de produção agropecuária capaz de suportar as atividades agropecuária”, afirma
O chefe da Divisão de Centros de Pesquisa, Diagnóstico e Serviços do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), Altamir Bertollo, reforça que cada área afetada pelas enchentes deve ser tratada individualmente. “Há situações de remoção da camada arável do solo e outras situações com deposição de sedimentos. Neste contexto, operações mecânicas são necessárias para adequar o ambiente para a implementação e condução de sistemas produtivos. Além disso, plantas de cobertura do solo são fatores essenciais neste processo de recuperação e manutenção da estrutura do solo”, conclui.
A Nota Técnica nº 3 é um guia estratégico para os produtores rurais do Rio Grande do Sul, oferecendo orientações essenciais para a recuperação dos solos afetados e garantindo a continuidade das atividades agropecuárias na região.
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