Nordeste tem o maior aumento percentual do Brasil na produção de grãos para a safra 2021/2022
Volume na região deverá saltar de 23,7 milhões de toneladas colhidas na safra 2020/2021 para 27,5 milhões de toneladas em 2021/2022
26.08.2022 | 14:35 (UTC -3)
Jessica Gomes
O Nordeste foi a região brasileira que mais registrou
crescimento percentual na produção de grãos na safra 2021/2022 em comparação à
safra 2020/2021. Somados o volume dos nove estados nordestinos, a produção deve
atingir neste ano 27,540 milhões de toneladas. Os dados fazem parte do 11º
Levantamento da Safra de Grãos, produzido pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) e divulgado neste mês de agosto.
Segundo a Conab, o Brasil terá uma produção recorde nesta
safra, com um volume superior a 271,4 milhões de toneladas de grãos. Trata-se
de uma colheita 6,2% maior do que a de 2020/2021 e significa 15,9 milhões de
toneladas a mais na produção. Em 2020/2021 foram produzidos 255,5 milhões de toneladas
de grãos.
A produção estimada para o Nordeste é 16,2% superior à safra
2020/2021, que foi de 23,706 milhões de toneladas. O estudo também mostra que a
área destinada à cultura de grãos na região cresceu em 8,4% nesta safra,
passando de 8,546 milhões para 9,262 milhões de hectares. A produtividade média
também apresentou crescimento de 7,2% no Nordeste e saltou de 2.774 quilos por
hectare em 2020/2021 para 2.973 quilos por hectare nesta safra.
A Bahia foi o estado nordestino com maior volume de produção.
Os números indicam que o estado deve fechar esta safra com 11,818 milhões de
toneladas de grãos, 9,9% a mais do que os 10,751 milhões de toneladas colhidos
na safra anterior.
Na sequência, aparece o Maranhão, cujo volume deve ser 20,8%
maior do que em 2020/2021, chegando nesta safra a 7,219 milhões de toneladas.
Na safra passada, foram colhidas 5,977 milhões de toneladas de grãos.
O terceiro estado nordestino com maior produção de grãos é o
Piauí, que registrou nesta safra um aumento de 23,7% em relação a 2020/2021,
passando de 5,015 milhões de toneladas para 6,202 milhões de toneladas. O
próximo estado com maior volume na produção de grãos é Sergipe, com 1,005
milhão de toneladas, 29,6% a mais do que as 775,6 mil toneladas colhidas na
safra anterior.
O maior ganho percentual, contudo, foi registrado na Paraíba,
que saltou de 80,3 mil toneladas em 2020/2021 para 115,6 mil toneladas nesta
safra, ou seja, 44% a mais na produção. O Ceará também se destacou e tem
estimativa de colher 748,1 mil toneladas em 2021/2022, 26% a mais do que na
safra passada.
Demais regiões
O 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab mostrou também
que a produção da safra 2021/2022 teve um ganho considerável em quatro das
cinco regiões brasileiras.
O percentual no Nordeste é praticamente o mesmo da Região
Centro-Oeste, que saltou de 117,371 milhões de toneladas na safra 2020/2021
para 136,194 milhões na safra 2021/2022, um aumento de 16%.
A Região Norte, com um aumento estimado de 15,4% em
comparação com a safra 2020/2021, também contribuiu para que o Brasil pudesse
alcançar neste ano um número recorde na produção de grãos e deverá colher
14,127 milhões de toneladas nesta safra.
A Região Sudeste foi outra que obteve ganho expressivo. A
produção registrou aumento de 12,7%, saltando de 24,091 milhões de toneladas em
2020/2021 para 27,149 milhões de toneladas em 2021/2022.
O recorde de produção de grãos da safra 2021/2022 no Brasil
teria sido ainda maior se não fossem as variações climáticas. Em novembro do
ano passado, quando as áreas das culturas de primeira safra já estavam
definidas e as condições do clima vinham ocorrendo dentro dos padrões ideais,
previa-se uma produção total de grãos em 291,1 milhões de toneladas, o que
corresponderia a um crescimento de 13,9% em relação à safra anterior.
Milho é destaque com expressivo aumento na produção
O milho ocupa papel de protagonista no cenário nacional, com
produção estimada de 114,7 milhões de toneladas para essa temporada, sendo
31,7% superior ao produzido em 2020/2021. A primeira safra de 2021/2022 está
com a colheita sendo finalizada, já o milho de segundo ciclo está em fase de
colheita e o de terceiro ciclo teve o plantio finalizado em julho.
O clima seco e quente registrado em julho favoreceu o avanço
da colheita da segunda safra de milho 2021/2022 na maioria das regiões
produtoras, passando de 70% da área semeada, que alcançou 16,37 milhões de
hectares. A área semeada é 9,2% superior ao da safra 2020/2021 e é a maior área
já registrada para o cultivo do cereal no período.
Com mais de 90% da área já colhida e com a melhor média de
produtividade do país, alcançando o rendimento de 6.338 quilos por hectare,
Mato Grosso é o estado mais adiantado nos trabalhos relativos à colheita do
milho na segunda safra. A produtividade média nacional esperada para esta safra
é de 5.339 quilos por hectare, 31,8% superior à da safra 2020/2021.
Outros grãos
A principal colheita de grãos no Brasil vem da soja, com uma
produção estimada de 124 milhões de toneladas. A colheita já está concluída, e
apesar do enorme volume, houve uma redução de 10,2% na produção, resultado de
uma severa estiagem observada no Sul do País no final de 2021 e início de 2022.
Além do milho, o algodão e o feijão tiveram aumento na
produção levando-se em conta a safra 2020/2021. Para a pluma, a produção
estimada é de 2,74 milhões de toneladas, 16% superior à safra passada. A
finalização da colheita está prevista para setembro.
O feijão tem produção total estimada de 3,05 milhões de
toneladas, 5,3% superior à safra anterior. Desse volume, 1.813 mil toneladas
são de feijão-comum cores, 576,4 mil toneladas de feijão-comum preto e 656,9
mil toneladas de feijão-caupi.
O primeiro e segundo ciclos de feijão cultivados nessa safra
já estão com a colheita concluída. Já o
cultivo de terceiro ciclo está iniciando a colheita.
Para o arroz, a produção está estimada em 10,8 milhões de
toneladas e a colheita já está concluída.
As gramíneas de inverno, como aveia, canola, cevada, centeio,
trigo e triticale (cereal híbrido resultante do cruzamento entre o trigo duro e
o centeio) estão em campo, apontando, até o momento, produção recorde, podendo
chegar a um pouco mais de 11 milhões de toneladas. Operações de colheita já
começaram, principalmente para o trigo no Centro-Oeste.
Outros produtos, como amendoim, gergelim, girassol e mamona,
também tiveram aumentos expressivos quando comparados à 2020/2021. O gergelim
saltou de 56,7 mil toneladas para 98,1 mil toneladas em 2021/2022, um aumento
de 73%. A mamona passou de 27,4 mil toneladas para 43,7 mil toneladas (variação
positiva de 59,5%) e o amendoim total saltou de 596,9 mil toneladas para 746,7
mil toneladas (25,1% a mais). Já para o girassol, a produção na safra passada foi de
36,2 mil toneladas e subiu para 40,8 mil toneladas (12,7% a mais) nesta safra.
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