Morre pesquisadora mais antiga do Fundecitrus

Diva do Carmo Teixeira ajudou a identificar a bactéria Candidatus Liberibacter, principal causadora do greening

26.02.2019 | 20:59 (UTC -3)
Fundecitrus

A pesquisadora do Fundecitrus Diva do Carmo Teixeira morreu em Araraquara (SP) na manhã de ontem (25/02) em função de complicações após uma cirurgia para a retirada de um tumor no cérebro, realizada há dez dias. A neoplasia foi identificada no final de janeiro.

A notícia é um golpe duro para a instituição, que planejava homenageá-la em vida na celebração dos 25 anos da inauguração do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Ela era a pesquisadora mais antiga do Fundecitrus e participou da montagem do primeiro laboratório do então Departamento Científico, em 1997, ano em que chegou à instituição.

Diva do Carmo Teixeira realizou treinamento com pesquisadores franceses Joseph Marie Bové e Monique Garnier no Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola (INRA), de Bourdeaux (França) e participou do processo de crescimento do isolado que foi utilizado no Projeto Genoma. O primeiro sequenciamento de um fitopatógeno no mundo, a Xylella fastidiosa, bactéria que causa a clorose variegada dos citros (CVC), colocou, em 2000, o Fundecitrus na capa da Nature e o Brasil, no mapa da ciência internacional.

Juntamente com Bové, Diva do Carmo Teixeira identificou a bactéria Candidatus Liberibacter americanus, principal causadora do HLB (huanglongbing)/greening no Brasil à época, após o reconhecimento dos sintomas da doença com resultados negativos para Ca. L. asiaticus e Ca. L africanus.

Na Universidade da FlóridaDiva do Carmo Teixeira desenvolveu pesquisas de CTV (tristeza dos citros) no Centro de Pesquisa e Educação em Citros (CREC – UF), liderado pelo pesquisador William “Bill” Dawson. Nos quatro anos em que permaneceu nos Estados Unidos, conseguiu desenvolver um vetor viral da estirpe brasileira do vírus, para desenvolver estudos no controle do greening. 

O Fundecitrus ressalta a admiração que, pelo espírito obstinado e foco extremado, a pesquisadora Diva do Carmo Teixeira despertava nos colegas da instituição e considera o falecimento uma perda irreparável para a comunidade científica internacional e para a citricultura mundial, tanto pelas contribuições consumadas quanto pelas que certamente viriam nas áreas de diagnose e microbiologia molecular, às quais ela se dedicava atualmente.

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