Momento de aplicação de fertilizantes pode impactar na liberação de óxido nitroso

Estudo avaliou a aplicações antes do cultivo, nos Estados Unidos; emissão de óxido nitroso na atmosfera é fator de aumento do aquecimento global

24.08.2022 | 16:00 (UTC -3)
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Embora menos abundante do que o dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o óxido nitroso (N2O) tem potencial 300 vezes maior do que aquele como gás de efeito estufa. Seu efeito no aquecimento global, via agricultura, nos períodos de entressafra, começa a ser estudado com profundidade pelas universidades de Illinois e de Minnesota no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Tudo indica que o processo está ligado à aplicação de fertilizantes. Anteriormente todas as medições eram feitas na estação de cultivo.

As primeiras conclusões, agora divulgadas, mostram que nas estações sem cultivo a liberação de oxido nitroso na atmosfera responde por 70% a 90% das emissões anuais nos sistemas do chamado Cinturão do Milho americano. Ainda não está claro quão precisa é a avaliação para todo o Meio-Oeste e quais os processos e práticas de gerenciamento que contribuem para o aumento. Utilizando um modelo de simulação por computador os pesquisadores estão determinando os pontos geográficos e os fatores climáticos nos momentos de emissões mais intensas. Em especial analisam os efeitos do tempo de aplicação de fertilizantes e inibidores de nitrificação.

Kaiyu Guan, professor da Universidade de Illinois, diz que o estudo de avaliação pode simular as contribuições de variações ambientais e o tempo de aplicação de nitrogênio para o lançamento do gás na atmosfera. Se o maior efeito se dá no período de entressafras, já se sabe que é resultado de processos microbianos que convertem o nitrogênio de uma forma para outra. As condições ambientais, a quantidade de umidade e de nitrogênio no solo e sua temperatura afetam a velocidade com que os micróbios podem metabolizar o nitrogênio, bem como a capacidade dos produtos gasosos de nitrogênio de serem lançados.

Os pesquisadores dizem que o modelo pode ser usado para avaliação de estratégias de manejo adicionais, como cultivo de cobertura e plantio direto nas emissões de N2O. "Já temos um método altamente preciso para estimar as emissões no Cinturão do Milho. Subestimamos a estação sem cultivo, que no final acaba sendo uma parcela bastante significativa no processo", explicou Guan.

O material acima refere-se a estudo dos pesquisadores Yufeng Yang; Licheng Liu; Wang Zhou; Kaiyu Guan; Jinyun Tang; Taegon Kim; Robert F. Grant; Bin Peng; Peng Zhu; Ziyi Li; Timothy J. Griffis; e Zhenong Jin. Seu artigo pode ser obtido na íntegra aqui.

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