Mercado de kiwi no Brasil não é impactado durante a pandemia e cresce 23%

Neste ano, a marca Zespri reforça a presença nas lojas e no e-commerce e aposta também no delivery de feiras livres

02.07.2021 | 20:59 (UTC -3)
Cris Landi

Apesar do agravamento da crise da Covid-19 e dos impactos sofridos pelo setor de frutas e hortaliças, principalmente por conta da queda da atividade econômica e das restrições de comercialização em 2020, o consumo de kiwi– rica fonte de vitamina C - cresceu no Brasil.

Mesmo com a alta no preço, decorrente do câmbio desfavorável para as frutas importadas, o faturamento da Zespri, marca neozelandesa que detém 20% do volume de kiwis vendidos no Brasil, cresceu cerca de 23% em dólares no ano passado. Esse desempenho foi alavancado pelo aumento no consumo do Kiwi Zespri Vita SunGold, que cresceu 26%. No Brasil, o movimento foi impulsionado pela parceria com grandes redes de varejo e com a estruturação rápida do e-commerce.

 “Quando percebemos que a pandemia poderia afetar o nosso negócio, buscamos nossos parceiros e levamos o consumer experience para dentro da casa dos clientes”, comenta o Gerente Geral da Zespri no Brasil, Eduardo Carmagnani. Em 2020, durante um mês, a Zespri entregou mais de 30 mil amostras para clientes que faziam cestas de compras on-line nas redes Pão de Açúcar e Natural da Terra. “A estratégia nos ajudou a entender como o e-commerce funcionaria para um produto delicado como o kiwi e nos surpreendemos com o resultado, tanto que estamos expandindo a nossa parceria com outras grandes redes neste ano”, acrescentou o executivo.

Segundo dados da empresa, o Brasil responde por cerca de 1% do total de kiwis exportados pela Zespri, o que indica um grande potencial de crescimento a ser explorado. Presente nas principais cidades de todas as regiões do Brasil, a Zespri estima que cerca de 60% a 70% do consumo dos seus kiwis venha da região Sudeste. Em 2021, a estimativa é de um crescimento, em valor, superior a 30% nas regiões Sul e Nordeste, alavancado principalmente pelo bom desempenho do Kiwi Zespri Vita SunGold.

 Investimentos e crescimento no e-commerce

 Segundo estimativas da Ebit|Nielsen as vendas do e-commerce no Brasil em 2021 devem crescer 26%, atingindo um faturamento de R$ 110 bilhões, impulsionado pelo crescimento no número de consumidores, a consolidação de e-commerces locais, o fortalecimento dos marketplaces e a maturidade logística do setor para agilizar a entrega em busca de eficiência operacional. O setor de alimentos e bebidas está entre os que mais devem crescer, impulsionados pelas compras on-line.

 Os investimentos da Zespri no mercado que em 2020 somaram US$ 500 mil deverão em 2021 atingir US$ 600 mil cerca de R$ 3,2 milhões em ações de trade marketing, mídia digital, parcerias e ativações no e-commerce com o objetivo de estimular a experimentação e gerar awareness para marca.

Aposta nas feiras livres com treinamento

Além de distribuir cerca de 50 mil amostras nos canais on-line nas grandes redes, a marca está realizando uma campanha com os feirantes na cidade de São Paulo com o objetivo de promover o delivery nesse canal. Assim a Zespri irá fornecer mais de 4 mil amostras para cerca de 60 feirantes entregarem como brinde aos seus clientes nas entregas em domicílio estimulando a experimentação e recompra. A campanha envolve também um trabalho de treinamento com o objetivo de capacitá-los para que atuem junto aos frequentadores das feiras livres levando informações relevantes a respeito do kiwi. Representantes da Zespri irão percorrer as feiras dos bairros de Moema, Itaim, Perdizes, Pacaembu, Cerqueira Cesar ao longo de 4 meses. A ideia é levar para aqueles que lidam com a fruta no dia a dia um pouco mais sobre as propriedades nutricionais do kiwi, como criar impacto visual no ponto de venda, qual o ponto ideal de consumo e como garantir a qualidade da entrega”, comenta Carmagnani.

Desde que chegou ao país em 2012, a Zespri vem aumentando seus investimentos de olho no crescimento do consumo da fruta pelos brasileiros. Nos últimos 10 anos, o mercado de kiwis importados no Brasil mais do que dobrou atingindo, em 2019, US$ 43 milhões, o equivalente a 30 mil toneladas, segundo a última atualização do Comtrade, banco de dados de estatística.

 Ano a ano, o kiwi vem sendo incorporado ao hábito de consumo do brasileiro, principalmente das classes A e B. Uma pesquisa quantitativa realizada pela empresa com consumidores brasileiros em 2020 revelou que a frequência média de consumo de kiwis no Brasil é semanal, sendo mais representativo nos grupos de 20 a 40 anos.

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