Mato Grosso completa 150 dias sem registro de chuvas

Seca extrema no estado afeta plantio de soja e compromete a safra de algodão

16.10.2024 | 13:57 (UTC -3)
Jéssica Koch
Foto: divulgação
Foto: divulgação

O Estado de Mato Grosso completa, nesta semana, 150 dias sem registro de chuvas. A seca intensa vem comprometendo o avanço do plantio da soja 1ª safra e com outras consequências para o próximo cultivo, da cultura de algodão. Isso se dá devido à viabilidade produtiva, que é determinada e limitada em função da época de semeadura em decorrência da colheita da soja, que acontece até o fim de janeiro. A situação tem preocupado os produtores locais, não só pelo impacto na soja, mas também em como isso se refletirá na segunda safra.

“Nós temos uma perspectiva de 1.5 milhão de hectares para a cultura de algodão. A falta de chuva para a soja promete ter uma influência direta na implantação dessa área, com fortes riscos de viabilidade de cultivo para o produtor local. A área agricultável do estado, atualmente, está em torno de 12,4 milhões de hectares para plantio de soja, porém percebemos que o progresso da soja não aconteceu como nos anos anteriores”, explica o diretor executivo da Fundação Rio Verde e Show Safra, Rodrigo Pasqualli.

Embora Mato Grosso tenha particularidades quanto ao solo e clima, Pasqualli admite que essa extrema seca tem sido algo inédito na região e, consequentemente, uma fase bem difícil para os produtores locais – já que o estado também passou por uma recente queimada, afetando ainda mais o cultivo local.

“É nítido que estamos passando por um momento delicado no agro, principalmente no Mato Grosso, que é um estado tão importante para o setor como um todo. Com foco na segunda safra, estamos mobilizando toda a nossa equipe de pesquisa para entender estratégias e rotas que podem ser seguidas para diminuir o impacto da seca”, pontua.

Desafios na produção

O ano de 2024 tem sido desafiador para os produtores do estado. Além da seca, a região enfrentou desafios na produção da safra anterior, chegando a pouco rendimento na colheita e, consequentemente, faturamento limitado, finalizando a um preço bem abaixo do esperado e com o agravante de colher pouco.

A Fundação Rio Verde tem investido recursos para auxiliar pesquisadores, engenheiros agrônomos e outros profissionais a pensarem em como solucionar esses problemas. “Estamos com grandes expectativas com novos testes em tecnologias e soluções para entender como podemos ajudar a mitigar tais danos causados pela seca. Ansiamos colher resultados antes do início da segunda safra”, finaliza.

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