Maratona de programação da Embrapa premia aplicativos para manejo integrado

​Após 20 dias de uma maratona de programação, as nove equipes de universidades do Distrito Federal que chegaram à fase final do Hackathon Embrapa

28.10.2016 | 21:59 (UTC -3)
Fernando Gregio

Após 20 dias de uma verdadeira maratona de programação, as nove equipes de universidades do Distrito Federal que chegaram à fase final do Hackathon Embrapa apresentaram o resultado de seus trabalhos à comissão julgadora, nessa quinta-feira (27), na Sede da Empresa. Os alunos da Universidade de Brasília (UnB), UniCeub, Estácio de Sá, UPIS e UNIP, sob orientação de professores e pesquisadores, cumpriram a missão de transformar informações geradas pela pesquisa agropecuária em aplicativos para dispositivos móveis com potencial para auxiliar produtores na tomada de decisão quanto ao manejo integrado de pragas (MIP), para as culturas de soja, milho, feijão e algodão.

A grande vencedora do hackathon foi a equipe QPest, formada por estudantes do curso de Engenharia de Software da UnB, campus do Gama. A solução tecnológica criada permite a identificação de pragas ou inimigos naturais da cultura da soja. "Buscamos uma solução que resolvesse pequenos problemas do agricultor, um de cada vez. Assim, fomos dando corpo à tecnologia, que tem três fases: a identificação por foto de uma praga ou inimigo natural; a apresentação de informações úteis sobre o inseto identificado, que ajudarão na tomada de decisão sobre o manejo adequado, e a disponibilização de informações em grande banco de dados único, com informações geradas por todos os usuários que utilizam a ferramenta", explica Henrique Lopes, estudante do 6º semestre do curso.

A equipe TeamGO, da faculdade UPIS, foi a segunda colocada, com um aplicativo que auxilia o produtor na prevenção e controle das pragas do milho, fornecendo informações recomendadas para os controles químico e biológico. Giovany Araujo, do 4º semestre do curso de Sistema de Informação, disse que a equipe continuará se dedicando à tecnologia. "Vamos trabalhar junto com a Embrapa para finalizar essa ferramenta. Para nós é motivo de orgulho poder contribuir para uma agricultura mais sustentável, por meio desse aplicativo que irá auxiliar o produtor no manejo adequado de pragas. Gostamos tanto de trabalhar juntos nesse desafio que já estamos pensando em criar nossa própria startup", revelou.

A terceira colocação ficou com a equipe Ceubytes, do UniCeub. O aplicativo apresentado ajudará o produtor a identificar de forma rápida as pragas mais comuns da cultura da soja, gerando um histórico detalhado por meio do mapeamento completo do surgimento e dispersão de pragas, a partir do registro de todos os usuários da tecnologia. "Esse aplicativo prezou pela simplicidade na hora de usar, sem complicações para o usuário. É muito gratificante saber que a tecnologia será realmente aplicada, que ajudará a facilitar a vida do produtor", disse Guilherme Albuquerque Barbosa Silva, aluno do 8º semestre de Ciência da Computação.

De acordo com o analista da Embrapa Fabiano Mariath, coordenador do hackathon, a equipe de TI da Empresa irá atuar na finalização dos produtos selecionados, trabalhando em parceria com os estudantes. Há a possibilidade, inclusive, de realizar a junção de aplicativos complementares em uma mesma plataforma, gerando uma tecnologia mais completa. A previsão inicial é que os primeiros aplicativos sejam disponibilizados até abril de 2017.

Leomar Cenci, presidente da Coopa-DF e um dos julgadores do Hackathon Embrapa, disse que viu potencial comercial em muitos dos aplicativos apresentados. "Tecnologias de georreferenciamento que dê segurança ao produtor na hora de tomar decisão são muito procuradas hoje em dia. Muitos desses produtos apresentados aqui têm esse potencial no que diz respeito ao manejo integrado de pragas". Cenci informou que fez um convite para que os vencedores do hackathon apresentem suas tecnologias prontas na próxima edição da AgroBrasília, em maio de 2017.


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