​Manejo microbiológico do solo auxilia na prevenção de doenças aumentando produtividade

No Mato Grosso do Sul, produtores já apresentaram incremento de aproximadamente 45% na produção de soja

11.07.2016 | 20:59 (UTC -3)
Camila Castro

A incidência de patógenos de solo é um problema comum encontrado em estados como o Mato Grosso do Sul, onde a prática da monocultura é frequente. Reflexo de um solo desequilibrado, essas doenças impactam diretamente na produtividade da soja, mas podem ser prevenidas com o manejo microbiológico do solo por meio de microrganismos benéficos que propiciam às plantas aquisição de nutrientes e maior resistência a patógenos.

O produtor Jair Defendi, da cidade de Aral Moreira (MS), vinha sofrendo com a diminuição de produtividade decorrente da presença de nematoides e dos períodos de chuva intensa na região. Por meio do equilíbrio microbiológico do solo, a fim de reduzir essas doenças e o estresse hídrico sofrido pela planta, a sua lavoura apresentou um incremento de aproximadamente 45% na produtividade.

“Na época em que tive problemas com o solo minha produção foi de 48 sacas por hectare. Quando optei pelo tratamento com microrganismos benéficos minha produção alcançou um resultado de 70 sacas de soja por hectare. O enraizamento ficou mais forte, as plantas ficaram mais sadias e atingiram um bom tamanho”, afirma.

O engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico especializado em grãos da Alltech Crop Science, explica que com o monocultivo, os microrganismos que deveriam estar no solo de forma natural, auxiliando no manejo biológico, reduzem drasticamente sua população, ocorrendo assim o desequilíbrio biológico no solo. “A partir do momento em que temos apenas uma cultura predominante, é exercida uma pressão de seleção sobre os microrganismos do solo, geralmente favorecendo o desenvolvimento dos fitopatogênicos e desfavorecendo os benéficos. Como resultado deste desequilíbrio, normalmente, ocorre o aparecimento de várias doenças e também a presença de nematoides”.

Segundo o especialista, o produtor pode ter bons ganhos com o tratamento, visto que ele auxilia no equilíbrio natural do solo, aumentando a produtividade. “Quando se tem microrganismos benéficos no solo, há vida. Com isso você consegue a condição original dessa terra antes do cultivo ser introduzido. Isso favorece o equilíbrio biológico natural, diminuindo a incidência de pragas e doenças, resultando em produtividade”, completa o engenheiro agrônomo.

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