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Pesquisas revelam que linhagens deferentes de lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) realizam o acasalamento em horários distintos. O comportamento, conhecido como acasalamento alocrônico, pode oferecer pistas valiosas para o controle da praga. A espécie é composta por duas linhagens geneticamente distintas, a linhagem C e a linhagem R. São visualmente idênticas.
Estudos de laboratório demonstraram que as linhagens C e R apresentam padrão específico de acasalamento durante a noite. Enquanto a linhagem C inicia o acasalamento logo após o pôr do sol, nas primeiras cinco horas da noite, a linhagem R começa suas atividades entre cinco e dez horas depois do crepúsculo.
Dados coletados em armadilhas com feromônio nas populações do Texas e da Flórida confirmaram que esses horários de acasalamento refletem-se em campo: as armadilhas capturaram consistentemente machos da linhagem C mais cedo, enquanto os machos da linhagem R foram capturados mais tarde.
Apesar da evidência do acasalamento alocrônico entre as linhagens, pesquisadores ressaltam que esse comportamento não é suficiente para evitar totalmente o cruzamento entre elas.
A variabilidade observada na linhagem C em relação ao horário de captura indica que o acasalamento alocrônico sozinho não cria uma barreira reprodutiva completa.
Esse comportamento inconsistente torna o monitoramento e o manejo da lagarta-do-cartucho mais complexos, especialmente porque a identificação precisa das linhagens depende de técnicas de genotipagem.
Para os agricultores, saber a linhagem predominante em sua área pode ser crucial. Elas apresentam sensibilidades diferentes a pesticidas como as proteínas Bt e ao piretroide cipermetrina.
No entanto, confiar exclusivamente na hora de captura como indicador de linhagem pode levar a diagnósticos imprecisos, devido à variabilidade no comportamento das populações no campo.
Dados do Texas e da Flórida, que servem como fontes primárias de populações migratórias da praga para o resto dos Estados Unidos, mostram que enquanto a linhagem R tem um padrão noturno mais consistente, a linhagem C apresenta variações regionais e sazonais significativas.
Com os dados atuais, pesquisadores sugerem que o acasalamento alocrônico pode atuar como um possível indicativo de linhagem, mas não substitui a genotipagem para identificação precisa. Embora as tendências observadas possam ajudar a prever a composição das linhagens locais e alertar os agricultores sobre infestações iminentes, a variabilidade no comportamento das populações ainda limita a confiabilidade desse método.
Os cientistas explicam que estudos adicionais com monitoramento automatizado e análise da atividade de fêmeas, que influenciam significativamente o horário de acasalamento, podem oferecer novos dados e aprimorar as estratégias de monitoramento e controle da praga.
A introdução de sistemas automatizados de monitoramento e armadilhas mais eficazes para capturar fêmeas também poderia aprimorar significativamente a precisão do manejo das linhagens.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.3389/fpls.2024.1380624
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