Lavouras de milho estão em bom estado fitossanitário

Análise qualitativa de dados do Circuito Tecnológico Milho indica que agricultores estão controlando pragas, plantas daninhas e doenças

10.05.2017 | 20:59 (UTC -3)
Ascom Aprosoja

Análise feita pelos técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que acompanharam o Circuito Tecnológico Milho deste ano indica que as lavouras estão em bom estado fitossanitário. A observação resulta da visita in loco a mais de 200 propriedades rurais espalhadas por 32 municípios de Mato Grosso, no período de 24 a 28 de abril.

O Circuito Tecnológico Milho é realizado anualmente pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) para verificar as condições do milho de segunda safra. Uma das percepções identificadas é a de que a maioria das lavouras do estado apresentou bom aspecto produtivo, indicando que o milho foi plantado dentro do período recomendado.

Responsável pelo projeto, a gerente de Pesquisa e Gestão de Propriedades, Cristiane Sassagima, informa que as lavouras estavam, de forma geral, em bom estado fitossanitário. “Mesmo nas regiões em que identificamos a presença de doenças, havia um baixo índice de severidade, não prejudicando o resultado final da cultura”, explica.

O resultado surpreende, já que a perspectiva nada favorável para a comercialização do milho fez com que muitos agricultores diminuíssem o investimento para este ciclo. Com isso, vários produtores tiveram que reduzir o número de pulverizações idealizado. Um dos dados identificados foi o de que predomina nas propriedades visitadas a calendarização do uso de fungicidas, com uma a duas aplicações por safra.

O controle de plantas daninhas ao milho mostrou-se eficiente, mas foi observado o aumento da incidência de espécies de difícil controle, como vassourinha-de-botão, erva-quente, poaia-branca, capim-amargoso e capim-pé-de-galinha.

Já a presença de lagartas diminuiu este ano em relação ao ciclo passado. “A boa distribuição de chuvas ajudou a reduzir a pressão de ataque da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), por exemplo”, afirma Rafael Pitta, Doutor em Entomologia e Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrossilvipastoril.

Pitta explica que a regularidade das chuvas cria um ambiente propício para o crescimento do fungo entomopatogênico, que age como parasita da lagarta – atuando indiretamente como uma “proteção” à lavoura. Chuvas regulares também favorecem a expressão das proteínas Bt do milho (tóxicas às lagartas). “Tudo isso ajuda no controle da praga”, observa o pesquisador.

A região Leste, até o momento, foi a única em que a Embrapa identificou a presença da cigarrinha do milho (Dalbulus maidis). O dado é positivo porque o inseto é vetor do enfezamento, uma doença que prejudica o desenvolvimento de espigas e grãos, que ficam pequenos, manchados, frouxos ou chochos.

O percevejo barriga-verde (Dichelops spp.), facilmente encontrado nas safras anteriores, não se disseminou neste ciclo. “Depois do susto em 2016, os agricultores intensificaram o controle, aplicando inseticida na dessecação da soja de forma preventiva e fazendo o tratamento de sementes do milho”, comenta Rafael Pitta.

A análise qualitativa dos dados do Circuito Tecnológico Milho feita pela Embrapa pode ser conferida na íntegra neste link. O relatório final da edição deste ano ainda está em finalização.

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