Kátia Abreu avalia o impacto do fim de impostos agrícolas na Argentina

“Quando um país tributa as suas exportações está tirando a competitividade de seus produtores”, afirmou; a ministra não acredita que a decisão tenha impactos para o Brasil

15.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Viviane Novaes

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse, nesta terça-feira (15), que a Argentina tomou uma medida correta ao acabar com o imposto de exportação para grãos e carne bovina. “Quando um país tributa as suas exportações está tirando a competitividade de seus produtores”, afirmou. A ministra não acredita que a decisão tenha impactos para o Brasil. “A pior coisa do mundo é você ter vizinho que não vai bem. Quando tem fazendeiro em volta de mim que não está bem, eu fico preocupada. A coisa melhor do mundo é um ambiente favorável. Então a gente não tem que ter medo da competição. Esse é o mercado”, comentou a ministra.

A decisão do governo argentino foi anunciada nessa segunda-feira (14) pelo presidente Mauricio Macri, que assinará um decreto para zerar a tarifa de todos os grãos, entre eles milho, trigo e soja. Antes, o imposto de exportação para o milho era 20%. Já para o trigo, o percentual ficava em 23% e para o girassol, 32%. No caso da soja, a tarifa não será eliminada imediatamente e, sim, reduzida de 35% para 30%. O plano da Argentina é baixar progressivamente o imposto do grão até eliminá-lo em 2022. “Quando zerar, os produtores argentinos vão vender o produto no mercado internacional a preço competitivo”, avalia o economista e secretário de Política Agrícola do ministério, André Nassar.

Com o fim de todas as tarifas, o governo argentino estima que deixará de receber US$ 1 bilhão por ano. Em contrapartida, espera aumentar a entrada de dólares no país e estimular a produção agrícola interna. “A medida poderá ter reflexo positivo na safra 2016/2017 dos argentinos, com incremento na produção”, avaliou o secretário. Segundo ele, o estímulo ao setor agrícola não terá reflexos no Brasil. “Nosso país exporta sobretudo soja em grão, enquanto a Argentina é mais forte na venda de farelo”, explicou o secretário.

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