Prioridade do governo inclui marco do licenciamento ambiental
Proposta há mais de 16 anos na Câmara dos Deputados está agora sob análise de um grupo de trabalho criado em 2019
Segundo o mapeamento recente realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi identificado que há 1,3 milhão de hectares de arroz irrigados no Brasil. Deste total, os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins respondem por 1,2 milhão/ha. Os gaúchos mantêm a liderança absoluta com 72,9% da área ocupada pela cultura de forma irrigada (946 mil/ha). É com esse protagonismo, que de 9 a 11 de fevereiro, a Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz) realiza a 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul.
Neste ano, o encontro terá como tema central “Os novos rumos do sistema de produção”. Que visa desenvolver e integrar o setor agrícola e assim reunir produtores de diversas regiões do País junto a outras classes como as das empresas que mais investem em tecnologia agrícola no mundo.
Uma dessas companhia é a multinacional Lindsay que terá sua tecnologia de irrigação representada pelas revendas Sanchotene Agronegócios (Dom Pedrito) e pela Irrigatec (Santa Maria). No evento, os produtores presentes, principalmente os que cultivam arroz, terão a possibilidade de ver o potencial que a irrigação pode trazer aos seus negócios e também os ganhos de produtividade na cultura.
Além desse enorme potencial, a Federarroz, como tem feito nos últimos anos, mais uma vez vai destacar que por meio da irrigação, os orizicultores podem diversificar os cultivos de suas fazendas, tendo mais segurança não ficando mais reféns as oscilações do mercado. “Está é uma tendência, pois os monocultores ficam atrelados apenas a um mercado, e o pivô permite agregar safras adicionais. Assim, o produtor minimiza o risco operacional além de ter uma safra mais previsível, o que o faz ser mais atrativo para crédito, afinal, o risco do irrigante é menor uma vez que o clima deixa de ser tão crítico”, diz Cristiano Trevizam, diretor de vendas da Lindsay.
Para Marco Sanchotene, técnico em agropecuária e diretor da Sanchotene Agronegócios, que atua na metade sul do Rio Grande do Sul, a escolha da Federarroz em mais uma vez fomentar a diversificação de culturas para os produtores tem sido muito assertivo. Isso porque, segundo ele, tendo a opção de variar seus cultivares o orizicultor não fica com o fluxo de caixa restrito a uma cultura. E também estimula a rotação nas áreas com o cereal, o que faz com que ele tenha melhoria tanto no controle de invasores, quanto no solo. “Essa iniciativa partindo da Federarroz tem um valor muito importante para o mercado, porque quando a entidade líder toma frente no assunto é porque tem fundamento e credibilidade”, diz o técnico em agropecuária.
Irrigação é a peça chave
Para o produtor de arroz, a irrigação por pivôs se tornou fundamental em dois aspectos. O primeiro é pelo ganho de produtividade em relação ao modo tradicional de cultivo por inundação, e segundo, é por poder ter outras opções de fonte de renda. “Nós estamos em uma região de solo e clima excepcional, mas há veranicos que causam grandes prejuízos bem como as prolongadas estiagens. Por isso, a irrigação por aspersão é indispensável no processo de verticalização da propriedade onde consiga ter segurança de produtividade de modo geral”, destaca Sanchotene.
Além de ter outras rendas, os orizicultores utilizando os pivôs, terão ainda vantagens técnicas e agronômicas, como por exemplo, o controle de doenças de solo com uso de gramíneas, para o combate de invasores através de variedades transgênicas. “Invasoras que são problemas para o arroz, podem ser controladas com soja, por exemplo, e do outro lado as doenças de solo da oleaginosa podem ser reduzidas com o plantio de gramíneas, de milho ou até mesmo com o próprio arroz”, cita o técnico em agropecuária.
De acordo com Lauricio Martini Madaloz, diretor da Irrigatec, empresa que atua na região da fronteira Oeste do estado gaúcho, pegando alguns municípios que fazem divisa principalmente com a Argentina, para os produtores que desejam realizar o sistema de rotação e já tem o pivô na fazenda, o processo é bem simples. Basta apenas alterar o sistema de rodagem. “A mudança que se faz no equipamento é que se utiliza um sistema de rodagem com rodado triplo e se eleva um pouco as lâminas para suportar a irrigação de arroz”, diz.
Abertura da Colheita
Seguindo todos os protocolos de saúde e segurança, a 31ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos está mantida. Para este ano, a expectativa de colheita é bem alta. “O clima está indo muito bem e com os valores que estão as commodities hoje, o próprio arroz na rentabilidade vai ser excepcional nas áreas irrigadas. Embora o clima esteja praticamente normal e chuva sempre tem uma diferença na produtividade nas áreas irrigadas pelas tecnologias usadas”, ressalta Madaloz.
A programação do evento conta com três dias de roteiro técnico nas vitrines tecnológicas, palestras, fóruns, prêmio Pá do Arroz, feira e dinâmicas. E no último dia (11 de fevereiro), ocorrerá o ato simbólico da abertura da colheita.
Os visitantes terão a opção de acompanhar as palestras online ou presencialmente. A Lindsay por meio de seus dois distribuidores vai realizar uma vitrine técnica onde haverá um pivô central instalado, com várias culturas plantadas, entre elas, soja e milho. A ideia é que ele possa ver e observar o que pode fazer em suas áreas onde muitas vezes plantam apenas arroz. “O visitante vai poder enxergar que é possível diversificar a lavoura dele em áreas que eram normais e até então somente com o cereal”, destaca o diretor da Irrigatec.
O pivô estará em funcionamento durante o evento, e as revendas irão receber a cada 5 minutos, grupo de 15 pessoas, para uma mini palestra. “O ano passado recebemos 53 grupos de 30 pessoas, deu mais de 1.500 pessoas. Esse ano os grupos serão menores, em função do distanciamento social, o tempo foi reduzido de 10 minutos para 5 minutos, para dar mais rotatividade no evento”, lembra Sanchotene.
Além da tecnologia dos pivôs Zimmatic, by Lindsay, os produtores também poderão tirar dúvidas sobre as tecnologias do consagrado FieldNET, by Lindsay, para programação e controle da irrigação a distância. Por meio de um smartphone, tablet ou computador, o produtor terá ao alcance das mãos, informações e orientações valiosas sobre a irrigação que vão ajudá-lo a otimizar o rendimento e maximizar a lucratividade de sua fazenda. “A gestão da irrigação é fundamental para que o agricultor tenha total controle dos custos e o sistema FiedNET permite operar o pivô a distância com precisão”, ressalta Trevizam.
Presença robusta no Sul
Além das revendas Sanchotene Agronegócios e Irrigatec, a Lindsay possui ainda outros dois distribuidores no Rio Grande do Sul, a SIA Representações, de Erechim e a Villani com unidades em Cruz Alta e Panambi. A ideia é estar o mais próximo possível dos produtores gaúchos. O diretor de vendas da Lindsay ressalta que além da presença robusta com grandes distribuidores, um diferencial é que além do suporte da fábrica, eles possuem uma capacidade técnica apurada pela experiência com irrigação.
Ainda segundo ele, isso é fundamental, pois a irrigação tem características únicas. “Os projetos precisam ser feitos especificamente para cada área, com isso o conhecimento em topografia, hidráulica e estruturas é fundamental para que o pivô tenha performance com economia de energia”, finaliza Trevizam.
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