Luxor Agro anuncia investimento na Trailhead, fundo de startups de agricultura regenerativa
Negócio, que acontece por meio do fundo Gaia Ventures, é o primeiro investimento internacional do veículo
Risco é algo comum na rotina de qualquer produtor rural. Como a fazenda é uma fábrica a céu aberto, é preciso contar com as boas condições do clima ao longo da safra, comprar insumos com preço certo e ainda torcer para o mercado estar aquecido no ato da venda da produção. Para não precisar contar com a sorte ou com essa combinação de fatores, a solução para as fazendas é diversificar seus cultivos. Com essa estratégia que nos últimos anos o produtor e engenheiro mecânico, Henrique Osório Dornelles, tem se destacado e passou a ser mais eficiente na mesma área com a implementação da integração lavoura-pecuária (ILP).
Administrador de duas fazendas no município de Alegrete/RS, que juntas somam 3.000 hectares, após alguns anos trabalhando em São Paulo, Dornelles resolveu retornar a sua cidade natal para ajudar o seu pai. “Nós tínhamos uma pecuária extensiva e uma lavoura de arroz em 180 hectares. Quando retornei, aumentamos a área, chegamos a plantar 1.000 hectares do cereal e seguimos com a pecuária extensiva”, destacou o produtor.
Focados na boa gestão e resultados, eles apostaram no investimento em sistema de irrigação para poderem ampliar o leque de culturas produzidas. Adquiriram os primeiros pivôs, da marca Zimmatic by Lindsay que possibilitaram o cultivo de soja. Os pivôs na verdade foram planejados para uma intensificação da pecuária, entretanto a soja se valorizou de uma maneira e óbvio que ela ocupou com o tempo a área total irrigada, por um período considerável. Mas ao mesmo tempo, a pecuária foi sendo intensificada nessas áreas de irrigação e passamos a fazer rotação com soja nas pastagens”, acrescentou.
Com a irrigação, a média por hectare no cultivo de soja atingiu na última safra 70 sacas por hectare, enquanto na área não irrigada a produção foi de 35 sc/ha. Segundo o produtor, o sistema de irrigação proporcionou à fazenda maior segurança nos negócios. “Começamos a intensificar ainda mais a pecuária e possuímos ainda a ambição aumentar a área irrigada que hoje é de 220 hectares em pelo menos 50% nos próximos dois anos e dobrar o espaço em no máximo 5 anos”, diz o produtor.
Com incremento de produtividade nas áreas irrigadas e o sistema de ILP muito bem consolidado, a fazenda aumentou consideravelmente o seu faturamento. Além disso, o fluxo de caixa ficou mais constante e estável, bem diferente do cenário de alguns anos. “Somente com o cultivo de arroz, por exemplo, o nosso faturamento era bom, entretanto, é uma cultura muito pontual, e o gráfico era sempre fortes altos e fortes baixos”, relembrou Dornelles.
Com a entrada da soja e com a pecuária mais intensiva, de fato a propriedade conseguiu estabilizar a curva do faturamento, do negócio de forma geral. Desta forma, os ganhos com as lavouras e com a pecuária também subiram. Hoje a fazenda tem um rebanho com giro médio de 2.000 mil cabeças, com foco na pecuária de corte.
Evidentemente que uma produção mais intensiva eleva sobre tudo a necessidade de caixa, por isso é preciso ter uma boa gestão. Afinal, é preciso produzir mais pasto, mais comida, com o objetivo de manter a curva de ganho de peso dos animais bem sempre crescente. “A estratégia na pecuária é semelhante à lavoura, tem que ter um forte planejamento, com bastante antecedência. É nisso que temos apostado e tem dado muito certo”, finalizou o administrador.
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