Informativo SAP-e Bicudo é mais uma ferramenta no controle da principal praga da cotonicultura

Cotonicultores voltam a contar com dados das armadilhas para bicudo e análise de entomologista do IMAmt na safra 2017/18

03.11.2017 | 21:59 (UTC -3)
Martha Baptista

Os cotonicultores associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) preparam-se para a safra 2017/18 com mais uma ferramenta nas mãos para o combate ao bicudo do algodoeiro. O Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) iniciou esta semana a divulgação do Informativo do Sistema de Pragas Emergentes (SAP-e Bicudo), que traz os resultados das armadilhas de feromônio instaladas nos seis núcleos regionais de produção algodoeira (Sul, Centro, Centro Leste, Norte, Médio Norte e Noroeste) e também o comentário de um pesquisador especialista.

Em sua estreia no SAP-e Bicudo, o entomologista Guilherme Gomes Rolim analisa os índices de captura do inseto-praga registrados em outubro passado, neste período de pré-safra. O bicudo é considerado a principal praga da cotonicultura nacional e, segundo os especialistas, para seu controle efetivo em Mato Grosso é fundamental que produtores e seus colaboradores técnicos sigam as recomendações da pesquisa em todas as etapas, inclusive no período de entressafra do algodoeiro.

"Todos os núcleos regionais devem realizar vistorias em meio aos talhões semeados com soja, visando a eliminação das plantas de algodão remanescentes e as eventuais tigueras", alerta Rolim, referindo-se ao fato de que, em Mato Grosso, a maioria dos cotonicultores se dedica ao cultivo da soja no período de vazio sanitário do algodoeiro. Esse período se estende até 30 de novembro nos municípios das regiões de Rondonópolis, Campo Verde e Primavera do Leste, e até 14 de dezembro nos municípios das regiões de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal, de acordo com a legislação vigente (Instrução Normativa Conjunta Sedec/Indea-MT nº 001/2016).

Em sua análise dos dados de captura de bicudos, o entomologista do IMAmt alerta que "a existência de plantas do algodoeiro durante a entressafra pode influenciar na dinâmica populacional da praga, por facilitar a permanência e sobrevivência dos insetos nas áreas, além de propiciar condições para a reprodução e, consequentemente, possibilitar que mais insetos venham a prejudicar a próxima safra."

Os Informativos SAP-e Bicudo serão enviados aos associados da Ampa e ao corpo técnico das fazendas a cada 15 dias.  O Informativo SAP-e Bicudo está sob a responsabilidade do pesquisador Guilherme Gomes Rolim, que, durante mestrado em entomologia agrícola pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), desenvolveu trabalhos de biologia, fisiologia e ecologia do bicudo-do-algodoeiro.  Rolim está no momento concluindo os trabalhos de doutorado com a realização de levantamento toxicológico das populações de bicudo em Mato Grosso, com ênfase em controle químico e resistência a inseticidas.

"Todo cuidado é pouco quando se fala em bicudo", afirma Alexandre Schenkel, presidente da Ampa e do IMAmt. Segundo ele, a praga já demonstrou seu poder de fogo ao dizimar lavouras de algodão do Paraná, São Paulo e de estados do Nordeste num passado recente, por isso é importante que todos os produtores mato-grossenses e seus colaboradores estejam atentos à presença do inseto, adotando medidas pré-plantio e pós-plantio do algodão, de modo a garantir o futuro da cotonicultura em Mato Grosso e a liderança do estado na produção nacional de pluma.  Ele destaca o papel que vem sendo desempenhado pelos Grupos Técnicos do Algodão (GTAs) no monitoramento da praga.

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