Clima e exportações afetam expectativas para a safra de soja e milho no Brasil
Cenário climático e demanda chinesa influenciam comportamento do mercado para a safra 2024/2025
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta queda generalizada nos preços das principais hortaliças no mês de agosto. O levantamento foi realizado em importantes Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país e destacou a alface, batata, cebola, cenoura e tomate. Em contrapartida, frutas como mamão, banana, laranja e maçã apresentaram alta nos preços.
A cebola registrou a maior redução de preço entre as hortaliças. A queda média foi de 31,64% em relação ao mês de julho, sendo mais acentuada nas Ceasas de São José/SC (-45,30%) e Recife/PE (-39,41%). O principal motivo foi o aumento da oferta, proveniente de diversas regiões produtoras, incluindo Bahia, Pernambuco, Goiás e São Paulo. Minas Gerais também contribuiu para o abastecimento, mas com menor volume em comparação ao mês anterior.
A batata seguiu a tendência de queda, com redução de 23,67% em agosto. A grande oferta do tubérculo nas Ceasas foi determinante para essa redução. Mesmo com o aumento de 5% na oferta em julho, o volume acumulado de batata em 2024 ainda é 6% inferior ao mesmo período de 2023.
Outras hortaliças como tomate, alface e cenoura também apresentaram baixas nos preços, embora com índices menores. O tomate registrou queda de 19,25%, com oferta pulverizada de diversos estados. A alface teve queda de 16,94%, exceto nas Ceasas do Rio de Janeiro, onde houve alta de 1,65%, e em Goiás, onde os preços permaneceram estáveis. Já a cenoura apresentou recuo de 15,50%, impulsionado pela produção satisfatória em Minas Gerais, que atende a maior parte do mercado.
Em contraste com as hortaliças, o mercado de frutas teve alta nos preços em agosto, com destaque para o mamão, banana, laranja e maçã. A única fruta a registrar queda foi a melancia, que teve redução de preços devido à maior oferta, especialmente nas Ceasas do Sudeste. A demanda por melancia cresceu ao longo do mês devido ao aumento das temperaturas.
O mamão foi a fruta com maior oscilação, com aumento de 48,90% na média ponderada. As maiores altas foram observadas nas Ceasas de Vitória/ES (+122,56%) e Ceagesp/SP (+81,48%), com os preços médios do quilo chegando a R$ 5,49 e R$ 5,20, respectivamente. A alta foi motivada por fatores climáticos e aumento da demanda.
A banana também teve elevação de preço, principalmente devido à estiagem no norte de Minas Gerais e na Bahia, além de problemas de estresse térmico na Região Sul, que afetaram a produção de banana nanica. A previsão é que a oferta de banana melhore até o fim do ano.
A laranja, por sua vez, registrou alta nos preços devido à destinação da fruta para moagem, o que restringiu a oferta no mercado. O aumento da demanda por suco de laranja também pressionou os preços. As exportações de suco, porém, caíram devido à menor oferta de fruta.
Por fim, a maçã teve aumento de preços e queda na comercialização, resultado de uma quebra de safra no Sul do país. A demanda por maçã subiu com a volta às aulas, e o controle das câmaras frias pelas classificadoras ajudou a manter os preços elevados. As exportações de maçã continuaram baixas, enquanto as importações se mantiveram altas, pressionando o mercado interno.
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