GIFC discute como a irrigação pode contribuir para o controle de pragas da cana

Encontro reuniu especialistas para debater como o uso da irrigação e a quimigação podem ser melhor utilizadas para o combate de pragas que diminuem a produtividade dos canaviais

22.03.2016 | 20:59 (UTC -3)
Rodrigo Pinto

O 25º Encontro do Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar – GIFC, realizado no dia 17 de março no Centro de Convenções da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP de Jaboticabal (SP), reuniu entomologistas e pesquisadores para discutir o “Controle de Pragas em Cana-de-Açúcar Irrigada e Fertirrigada”.

Para o superintende do GIFC, Marco Viana, o encontro foi importante por levantar discussões pouco exploradas pelo setor sucroenergético. “Ouvimos especialistas que mostram que a irrigação pode sim contribuir para o controle de pragas. Entendemos que há muitas oportunidades ainda a serem exploradas por empresas fabricantes de tecnologia e equipamentos de irrigação, assim como para pesquisadores, para um maior e diversificado uso da irrigação no controle de pragas da cana, como broca e cigarrinha”, avalia Viana.

“Efeitos da Irrigação na Bioecologia de Pragas da Cana e o Manejo Sustentável” foi o tema da palestra apresentada por Luiz Carlos de Almeida, da Entomol Consultoria. O especialista mostrou as vantagens da utilização da quimigação – uso da irrigação para a aplicação de agroquímicos no canavial. Redução da compactação do solo e de danos mecânicos na cultura, melhor incorporação e ativação dos agrotóxicos, entre outros, são os benefícios trazidos pela prática.

“A broca e a cigarrinha são pragas que afetam os canaviais de diferentes regiões do Brasil. A irrigação pode atuar em benefício do manejo dessas pragas. É importante discutir novas tecnologias que favorecem esse controle e manejo”, destaca Luiz Carlos de Almeida.

Para Antônio de Souza Rossato Jr., pesquisador da Fafram – Faculdade Dr. Francisco Maeda, que apresentou a palestra “Efeitos da irrigação no manejo de pragas na cana-de-açúcar com ênfase em cigarrinha e broca”, é preciso olhar para as oportunidades oferecidas pela irrigação em cana-de-açúcar do ponto de vista da entomologia e do manejo de pragas. Ele destaca ainda que é positiva iniciativa do GIFC de reunir diferentes áreas do conhecimento para buscar alternativas para o aumento da produtividade da cana por meio da irrigação

“A irrigação oferece oportunidades para uma melhor eficácia do manejo de pragas seja por gotejamento, pivô central ou aspersão. Pode promover uma melhor alocação de inseticidas. Facilita a quebras de barreiras naturais das plantas, pois a irrigação permite a colocação desse inseticida mais no colo da planta e menos nas folhas. Há oportunidade do aumento de eficácia dos próprios produtos que existem no mercado. Assim como redução de custo também de hora máquina, com uso de menos tratores, ou aplicação aérea para essa finalidade, já que se aproveita a água como veículo para fazer a aplicação do inseticida”, explica Rossato.

A reunião contou ainda com palestra de Joaquim Gonçalves Machado Neto, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP de Jaboticabal (SP), que explicou aspectos ambientais e legais do uso da “Quimigação no Controle de Pragas, Normas e Vantagens”.

No final do encontro, os participantes visitaram os experimentos de cana irrigada realizados pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP de Jaboticabal. A universidade estuda o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar com irrigação suplementar por gotejamento com mudas plantadas em sistema de MPB. De acordo com o professor Alexandre Barcellos Dalri, coordenador dos experimentos iniciados há dois anos, os resultados preliminares são positivos.

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