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A Fenasucro & Agrocana - maior feira do mundo voltada exclusivamente ao setor de bioenergia - apresenta as tecnologias do Brasil para o mundo, expondo o presente e apontando o futuro do setor.
No terceiro dia da 28ª edição da feira, o Diesel Verde foi lançado como grande promessa e oportunidade ao etanol. Trata-se de uma nova tecnologia, que transforma o etanol hidratado em um substituto ao diesel, sem a modificação nos motores. O tema foi abordado durante o Visão Agro Talk: O Futuro da Energia Verde, que apresentou as tendências e destaques para o setor na geração da energia limpa e renovável.
De acordo com Marcos Daniel de Lima, engenheiro de Automação, Diretor de P&D e Inovação Tecnológica da DUO Automation, o Diesel Verde é o futuro do setor de bioenergia para veículos pesados. “O etanol, hoje, atende bem veículos leves. Só que está sofrendo uma concorrência dos elétricos, do hidrogênio verde, dos híbridos, além da pressão do preço do petróleo. O que afeta diretamente o produtor e o consumidor”, explica.
Diante desse cenário, Lima sinaliza o momento como oportuno para a substituição do diesel convencional, que tem origem fóssil, por um derivado do etanol e com as mesmas características técnicas de combustão de motores.
Isso porque, segundo ele, a grande vantagem do Diesel Verde é a redução de poluição de particulados. “A poluição gerada pelo transporte pesado (ônibus e caminhões) nos grandes centros é grande e o Diesel Verde vem para mitigar esse problema, pois zera a emissão de particulados e, como consequência, a poluição”, exemplifica.
Já no campo, a tecnologia pode ser implantada em qualquer usina e pode representar lucro, visto que hoje, de acordo com Lima, elas consomem 10% de seu faturamento bruto com diesel fóssil para frotas e máquinas. “Já são 10 anos de pesquisas desta solução produzida com tecnologia nacional tanto para as usinas como para o mercado consumidor e sociedade”, frisa. “Em 2024 já teremos o diesel verde como realidade. É um futuro bem próximo para o setor”, conclui.
O biogás gerado a partir da cana-de-açúcar, que um dia foi tendência, hoje é realidade no setor da bioenergia. Este cenário foi antecipado pela Fenasucro & Agrocana na edição de 2019.
Passado este período, o Brasil tem hoje 5 usinas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a produzirem esse subproduto e a tendência é de crescimento, mas ainda é preciso considerar a criação de novas usinas geradoras de biogás para suprir a demanda esperada.
Isso porque o setor entende que é preciso uma grande articulação para suprir a crescente demanda por energia elétrica, como explica o especialista em energia e Gerente Comercial OnPower Geradores, Fernando Lemos. "Nos últimos 5 anos tivemos um crescimento fantástico e podemos crescer muito mais nos próximos 5 anos diante do potencial instalado. Estamos falando de energia limpa, renovável e descentralizada, que é produzida a partir de um subproduto farto", afirma.
Atualmente, 71% do biogás é aproveitado para a geração de eletricidade, sendo que a produção está em 2,3 bilhões de Nmᶟ. Até 2027, a previsão é que o número chegue a 10,8 bilhões de Nmᶟ.
A indústria da cana-de-açúcar deve protagonizar esse cenário pois, segundo estimativa da ANP, o setor sucroenergético tem o maior potencial para geração de energia elétrica (57,6%). Depois, vem a geração por meio da proteína animal (38,2%) e na sequência, a produção agrícola (18,2%).
A gerente Executiva da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), Tamar Roitman, compreende que a tecnologia é uma realidade consolidada, com 811 plantas instaladas no país, mas é preciso ir além. "O setor poderia produzir 50% a mais usando a mesma fonte de energia sem plantar um hectare a mais de cana. Cada vez mais a indústria busca soluções, e vemos que hoje a bioeletricidade é o que garante uma boa parte das receitas dessas empresas", declara.
Tamar lembra ainda que em um ano de dificuldades na obtenção de fertilizantes, as usinas poderiam aproveitar esse subproduto. "A dependência de fertilizante externo é constante. O agro precisa desse insumo sendo que poderíamos produzi-lo aqui aproveitando nutrientes fartos na indústria de cana-de-açúcar", pondera.
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