FAO defende transformação dos sistemas agroalimentares na COP29

Diretor-geral da entidade destaca a necessidade de mais investimentos

12.11.2024 | 13:28 (UTC -3)
Revista Cultivar
Foto: Alessandra Benedetti/FAO
Foto: Alessandra Benedetti/FAO

A transformação dos sistemas agroalimentares é essencial para enfrentar a crise climática, afirmou o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29) em Baku, Azerbaijão.

Ele destacou que a mudança é fundamental para alcançar as metas e resultados previstos no Acordo de Paris e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, abordando desafios interligados como clima, água, terra e biodiversidade.

QU Dongyu enfatizou que agricultores, pastores e pescadores estão na linha de frente da crise climática, frequentemente entre os 730 milhões de pessoas que enfrentam a fome atualmente.

Para transformar os sistemas agroalimentares, é necessário aumentar o financiamento e os investimentos direcionados às comunidades agrícolas, aproveitando investimentos privados e redirecionando recursos agrícolas existentes.

Além disso, é crucial integrar esses sistemas nos planos nacionais e priorizá-los em acordos ambientais multilaterais, garantindo que as Contribuições Nacionalmente Determinadas reflitam todo o potencial de ação climática proveniente dessa transformação.

A COP29, conhecida como a "COP do Financiamento", tem como foco principal as finanças climáticas.

O diretor-geral da FAO participou de eventos que discutiram o financiamento climático para sistemas agroalimentares resilientes, especialmente em países frágeis e afetados por conflitos. Ele ressaltou que, em 2022, os sistemas agroalimentares receberam US$ 29 bilhões, representando apenas 23% do total de financiamento de desenvolvimento relacionado ao clima. Para atingir as metas de zero emissões líquidas, esses sistemas necessitam de aproximadamente US$ 1 trilhão anualmente até 2030, sendo que países em situações frágeis sentem mais intensamente essa lacuna de financiamento.

QU Dongyu propôs que, na COP30, sejam discutidas formas de acelerar os esforços para combater o desmatamento, aspecto crítico da ação climática necessária para transformar os sistemas agroalimentares. Ele também destacou a importância de ações climáticas que promovam o desenvolvimento e construam a paz, especialmente em áreas frágeis e afetadas por conflitos.

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