Exportações do agronegócio do RS registram queda de 26% no segundo trimestre de 2022

No acumulado do ano, vendas externas do setor tiveram alta de 3,7%

12.08.2022 | 14:13 (UTC -3)
Vagner Benites/Divulgação Seapdr
Entre os setores mais representativos do segmento, o complexo soja (total de US$ 1,1 bilhão; -62,0%) foi o principal responsável pela redução.  - Foto: Wenderson Araujo/CNA
Entre os setores mais representativos do segmento, o complexo soja (total de US$ 1,1 bilhão; -62,0%) foi o principal responsável pela redução.  - Foto: Wenderson Araujo/CNA

As exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 3,5 bilhões no segundo trimestre de 2022, o que representa uma queda de 26% em valor na comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os setores mais representativos do segmento, o complexo soja (total de US$ 1,1 bilhão; -62,0%) foi o principal responsável pela redução, enquanto os demais setores apresentaram ganhos no período: carnes (US$ 725,8 milhões; +18,3%), fumo e seus produtos (US$ 388,3 milhões; +60,9%), produtos florestais (US$ 386,8; +5,6%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 298,7 milhões; +192,1%). Em termos absolutos, a baixa nas vendas externas do agronegócio foi de US$ 1,2 bilhão em relação ao segundo trimestre de 2021.

Ainda assim, no acumulado dos seis primeiros meses de 2022, as exportações do setor do Rio Grande do Sul apresentaram alta de 3,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 7 bilhões. Sem considerar a inflação do período, o valor é o maior para um primeiro semestre de toda a série histórica, iniciada em 1997, e representa uma alta de US$ 250,6 milhões em relação a 2021.

As informações sobre as vendas do período e do acumulado do primeiro semestre de 2022 fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado na manhã desta quinta-feira (11/8) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior. O documento contempla ainda dados sobre o emprego formal no campo no segundo trimestre e no período de janeiro a junho.

Setores e principais destinos

A menor disponibilidade do produto devido à estiagem que atingiu o estado foi a razão para a queda nas vendas do complexo soja no segundo trimestre de 2022, que teve redução de 72,8% no volume embarcado e de US$ 1,8 bilhão em valor. Entre os produtos do complexo soja, a soja em grão puxou a queda nos números (total de US$ 364,94 milhões; -84,8%), enquanto o farelo (US$ 462,08 milhões; +25,8%) e o óleo de soja (US$ 269,86 milhões; +118,4%) registraram alta no período.

No setor de carnes, as altas nas vendas da carne de frango (total de US$ 427,15 milhões; +39,7%) e da carne bovina (US$ 111,65 milhões; +69,6%) compensaram a queda nas exportações de carne suína (US$ 142,91 milhões; -33,1%). Fumo e seus produtos também registraram aumento no comércio do seu principal item, o fumo não manufaturado (total de US$ 356,16 milhões; +71,1%), assim como o segmento de produtos florestais, que teve alta nas vendas da celulose (total de US$ 255,73 milhões; +8%).

Para o setor de cereais, farinhas e preparações, o alto crescimento percentual é explicado pelo aumento nas vendas do milho (total de US$ 113,90 milhões; +1.793,7%) e também pelo trigo, que não teve embarques no segundo trimestre de 2021 e em 2022 registrou exportações de US$ 98,63 milhões. 

Entre os principais destinos dos produtos do agronegócio do Rio Grande do Sul, a China se manteve em primeiro lugar do ranking, responsável por 22,7% das compras. Apesar da liderança, o país asiático registrou queda de 71,7% no comércio com o Estado (menos US$ 2 bilhões), puxado pela redução nas vendas de soja em grão. Em seguida na lista de destinos estão União Europeia (15,3%), Estados Unidos (6,2%), Índia (4,7%) e Irã (4%).

Primeiro semestre de 2022

No acumulado dos seis primeiros meses de 2022, os US$ 7 bilhões exportados pelo agronegócio gaúcho representaram 68,7% das exportações totais do Rio Grande do Sul. O complexo soja (total de US$ 1,9 bilhão; -41,5%), carnes (US$ 1,3 bilhão; +13,4%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 1,1 bilhão; +209,9%) tiveram as principais contribuições nas vendas do período, seguidos do fumo e seus produtos (US$ 881,5 milhões; +46,9%) e produtos florestais (US$ 766,9 milhões; +26,4%).

Quanto a produtos específicos da pauta de exportações, a soja em grão (menos US$ 1,9 bilhão; -74,8%) perdeu espaço em valor no período, enquanto o trigo (mais US$ 606,9 milhões; +495,1%), farelo de soja (mais US$ 282,31 milhões; +50,8%), fumo não manufaturado (mais US$ 280,84 milhões; +52,3%), óleo de soja (mais US$ 267,98 milhões; +196,5%), carne de frango (mais US$ 181,72 milhões; +32,5%) e celulose (US$ 112,90 milhões; +29%) estão entre os principais avanços dos seis primeiros meses de 2022.

Em relação aos destinos das exportações no primeiro semestre, a China segue no topo, representando 20,4% do total, apesar da queda de 56,8% das vendas no período. Nos seis primeiros meses de 2021 os chineses foram responsáveis por 48,4% das compras gaúchas do agronegócio. Em segundo lugar na lista está a União Europeia, com 17,4% de participação em 2022 contra 11,4% de 2021, Estados Unidos (5,4%), Índia (4,3%) e Arábia Saudita (4,2%).

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