Evento traça novos rumos para o tratamento das plantas daninhas

CBCPD 2016 reuniu mais de mil participantes entre estudantes, pesquisadores, representantes das indústrias, consultores e produtores rurais

26.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
​Danielle Castro Garcia

Encerrou hoje a programação científica da trigésima edição do Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas. O evento é promovido a cada dois anos pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas com o objetivo de debater os principais desafios para a ciência das plantas daninhas e analisar as perspectivas para o setor. Neste ano, contou com a organização conjunta Embrapa Soja, EPAGRI, Fundação ABC, PUC - PR, IFC, IFRS, UEM, UENP, UFPR, UTFPR, UFSC Curitibanos e UFPEL.

A preocupação com a resistência aos herbicidas foi tema recorrente nas discussões, que abordaram não somente a resistência ao Glifosato, como também aos inibidores da ACCAse e inibidores da Protox (PPO). Para completar o leque de discussão sobre resistência apresentado ao longo do evento, Terry R. Wright, da Dow AgroSciences USA, apresentou , na manhã desta quinta-feira (25), um panorama sobre o uso dos herbicidas mimetizadores da auxina (hormonais).

Desde segunda-feira, mais de mil participantes conferiram de perto uma programação com mais de 30 palestras e debates que traçou um panorama completo sobre a questão das plantas daninhas no país. Para a comissão organizadora, o Congresso superou as expectativas. “Só pelo fato de termos conseguido reunir representantes de todos os setores envolvidos nessa questão - estudantes, pesquisadores, representantes das indústrias, consultores e produtores rurais - já valeu a pena”, afirma o pesquisador da Embrapa Soja e presidente da comissão, Fernando Adegas.

Além da questão da resistência, o evento debateu a diversidade de ações possíveis para o controle das plantas daninhas como necessidade de alternância entre herbicidas com diferentes princípios ativos, a necessidade (e dificuldade) enfrentada pelo setor para entregar novos produtos químicos aos produtores e a influência dos aspectos regulatórios sobre este ponto. A importância de buscar alternativas ao controle químico, como o manejo integrado das plantas daninhas também foi tema fortemente debatido durante o evento.

O amplo debate resultou em novos direcionamentos para o setor da ciência das plantas daninhas. “Saímos daqui com a certeza de que o controle químico segue sendo importante no combate às plantas daninhas, mas não pode ser encarado como a única solução. Temos alternativas de manejo que precisam ser consideradas e foram amplamente debatidas. Entendemos que prevenir é sim infinitamente melhor do que remediar e que precisamos de muito conhecimento, muita tecnologia e, principalmente, saber adaptar essa tecnologia e fazer com que ela chegue até o produtor rural. Temos um grande desafio, mas podemos vencer juntos”, conclui Adegas.

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