Estudo avalia a eficiência na produção de arroz de baixo carbono no Rio Grande do Sul

Cerca de 160 produtores de diferentes regiões do Estado participaram do levantamento

10.09.2024 | 14:21 (UTC -3)
Instituto Rio Grandense do Arroz
Foto: divulgação
Foto: divulgação

O resultado de um questionário que foi desenvolvido para tabular informações junto a produtores rurais sobre o balanço de gases de efeito estufa na produção de arroz irrigado no Rio Grande do Sul foi apresentado na última semana. O estudo foi planejado e aplicado pela equipe de extensionistas do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O coordenador do Comitê Gestor do Plano ABC+RS e pesquisador da Seapi, Jackson Brilhante, apresentou os resultados do projeto. “Neste trabalho, os produtores responderam a um questionário relacionado ao manejo do solo na lavoura arrozeira com o objetivo de gerar indicadores de eficiência produtiva, promover a qualificação do selo ambiental e identificar oportunidades de melhoria dentro dos sistemas de produção de arroz irrigado”, explicou.

Segundo Brilhante, cerca de 160 produtores de diferentes regiões do Estado participaram da pesquisa. “De uma maneira geral, observamos que os produtores que adotaram o preparo antecipado apresentaram os melhores indicadores relacionados à redução de emissão de gases de efeito estufa e com boa produtividade”, afirmou.

O pesquisador contou que os resultados demonstram que as tecnologias que reduzem as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) também promovem as maiores produtividades para o produtor de arroz. “Este trabalho foi um piloto onde consideramos apenas as emissões de GEE relacionadas ao manejo. Nesta próxima safra, vamos repetir o trabalho e incluir a avaliação de carbono do solo para de fato conseguir estimar o balanço de gases de efeito estufa na lavoura de arroz”, destacou Brilhante.

Por sua vez, a pesquisadora do Irga, Mara Grohs, especialista em balanço de gases do efeito estufa em sistemas de produção de terras baixas, afirmou que o projeto, realizado através da equipe de extensionistas do Instituto, foi de grande impacto para estimar as emissões de gases relacionados à lavoura de arroz do Estado.

"Já sabíamos que a maioria dos produtores de arroz utiliza práticas mitigadoras, como o preparo antecipado do solo, mas esse trabalho vem como mais uma ferramenta na geração de informações sobre a produção brasileira de arroz”, disse Mara. “Ele nos possibilita medir quanto dessas práticas têm sido difundidas entre os agricultores e nos dá embasamento para posicionamento de mercado em nível internacional. Para o Rio Grande do Sul, que demonstra alta vulnerabilidade climática, práticas de manejo que tragam resiliência ao sistema de produção são fundamentais”, garantiu.

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