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Pesquisa conduzida na região sudeste dos Estados Unidos revela como o armazenamento inadequado, infestações de pragas e condições ambientais podem comprometer a qualidade do amendoim e aumentar a contaminação por aflatoxina, uma toxina potencialmente cancerígena.
O estudo, realizado de dezembro de 2022 a julho de 2023 em armazéns da Geórgia, trouxe à tona os principais desafios enfrentados pela indústria do amendoim para preservar a segurança e a qualidade do produto após a colheita.
A pesquisa comparou dois tipos de armazéns comuns para o armazenamento em grande escala de amendoim: os armazéns metálicos convencionais (CMWs) e as estruturas planas (FSFs).
Os resultados mostraram que os armazéns metálicos, devido à sua composição estrutural, mantêm temperaturas mais elevadas e índices de umidade mais altos, criando um ambiente propício para a proliferação de pragas e, consequentemente, para a produção de aflatoxinas.
Esses armazéns apresentaram uma variação de temperatura entre 18,8 °C e 32,6 °C, enquanto as estruturas planas mantiveram-se entre 15,8 °C e 30,6 °C, o que contribuiu para níveis menores de infestações e contaminação.
Durante o estudo, foram monitoradas as populações de pragas como o besouro-castanho (Tribolium castaneum) e a traça-da-amêndoa (Cadra cautella), espécies responsáveis por danos físicos e perda de peso dos grãos. Os pesquisadores observaram um aumento considerável na infestação de pragas no final do período de armazenamento, durante os meses de primavera e verão, particularmente nos armazéns metálicos.
As pragas capturadas incluíram também o besouro-de-cabelo (Cryptolestes ferrugineus) e o escaravelho-de-armazém (Ahasverus advena), que, ao danificar os grãos, facilitam a entrada de fungos como o Aspergillus flavus, produtor de aflatoxinas. Amendoins armazenados em armazéns metálicos apresentaram um aumento de até 110,7 vezes nos níveis de aflatoxina, enquanto nas estruturas planas esse aumento foi de 14,4 vezes.
A aflatoxina é uma substância tóxica produzida por fungos que pode causar sérios problemas de saúde, incluindo câncer, e representa uma ameaça à comercialização do amendoim, especialmente em mercados como o europeu, que adota limites rigorosos para essa toxina.
Em 2019, cerca de 30% dos lotes de amendoim nos EUA foram rejeitados devido a níveis elevados de aflatoxina, resultando em uma perda de aproximadamente 126 milhões de dólares para a indústria.
Para mitigar essas perdas, o estudo recomenda a implementação de estratégias de manejo integrado de pragas (MIP) que combinem o controle de temperatura e umidade dos armazéns com a inspeção frequente e o uso de tecnologias avançadas de ventilação e monitoramento.
Além disso, os pesquisadores sugerem que alternativas como o uso de agentes de biocontrole, como nematoides entomopatogênicos e fungos biopesticidas, poderiam se tornar ferramentas eficazes para o controle de pragas resistentes a fumigantes.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.3390/insects15110836
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