Equilíbrio do solo contribui para a melhoria da qualidade e resistência de folhosas

Manejo biológico auxilia no desenvolvimento da planta, impactando no sabor e na durabilidade

26.04.2016 | 20:59 (UTC -3)
Maria Victória

Para atender a demanda do consumidor, o mercado está com exigências cada vez mais altas no cultivo de folhosas. A rastreabilidade, que garante acesso às informações sobre manejo da planta, e o registro da cultura estão entre os requisitos para a comercialização do produto no varejo. O agricultor Makoto Kikuti, da Hydromania, de Biritiba Mirim (SP), explica que a busca por qualidade é uma tendência do Brasil inteiro.

Para atingir esses objetivos, o equilíbrio do solo é destacado como essencial pelo engenheiro agrônomo, Marcos Revoredo, gerente técnico de hortifruti da Alltech Crop Science. Isso porque as principais doenças que acometem essas culturas são fungos e bactérias de solo, como a rhizoctonia, a esclerotínia e erwinia, que atacam a parte baixeira da planta que está em contato com a terra, próxima à raiz. “Para prevenir, é ideal ter um solo equilibrado com organismos benéficos, e que sejam antagonistas ao aumento de agentes estressantes”, conta.

Segundo o produtor Kikuti, que trabalha com culturas como alface de diversas variedades, agrião, almeirão e rúcula, neste segmento, é necessário, principalmente, o cuidado na parte nutricional, para que a planta apresente mais resistência. “Com isso, o shelf life (tempo de prateleira) muda, você tem um padrão de qualidade mais constante, e ainda menos incidência doenças”, afirma.

Como consequência da qualidade, mais sabor. “A gente trabalha muitos produtos que têm uma parte adocicada um pouco maior, são variedades holandesas. Isso já dá uma diferenciação no sabor, e com isso você consegue melhorar ainda mais essa distinção”, finaliza Kikuti. Segundo Revoredo, a absorção dos nutrientes impacta na textura, deixando ela mais rígida e crocante.

Para que a planta conclua o seu ciclo, ela precisa de todos os nutrientes essenciais na quantidade mínima necessária estabelecida. Entre esses elementos, Revoredo aponta alguns importantes para o desenvolvimento da cultura. “O primeiro é o Cálcio, visto que sua ausência pode causar a queima da ponta da folha. E o Boro, que interfere na formação e no desenvolvimento do formato dessas folhas. Já o Potássio auxilia na translocação de vários nutrientes e no enchimento e desenvolvimento da parte aérea dela”.

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