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Maior produtor mundial de soja, com uma área semeada de 38,502 milhões de hectares e produção de 135,409 milhões de toneladas, o Brasil registra uma produtividade média da cultura de 3.517 kg/ha (Fonte: Conab, levantamento de 05/2021). O melhoramento genético de plantas é um dos responsáveis pelo aumento, ano a ano, dessa produtividade. Mas quais as pesquisas mais atuais com relação às novas cultivares na cultura de soja? Qual a principal demanda do produtor nos dias de hoje e o que ele pode esperar em termos de novas cultivares nos próximos anos?
Irineu Hartwig (foto), diretor de Pesquisa e Desenvolvimento América Latina da SEEDCORP|HO, atualiza sobre essas questões:
Quais as pesquisas mais atuais com relação às novas variedades e melhoramento genético das plantas na cultura de soja?
Irineu Hartwig – Hoje, temos a biotecnologia como protagonista no controle de ervas daninhas e lagartas, além de um forte trabalho com genes nativos que ajudam na tolerância ou resistência das cultivares no controle de uma doença ou de um nematoide, por exemplo. Uma vez incorporados, esses genes nativos garantem que a cultivar tenha uma resistência ou uma tolerância e isso traz um benefício indireto em produtividade, além de maior estabilidade do novo cultivar, mais proteção e um potencial produtivo diferenciado.
Podemos atrelar aumento expressivo da produtividade de soja ao melhoramento genético?
Hartwig – As empresas de melhoramento têm um foco intenso em gerar produtos com esse atributo produtividade e o melhoramento genético traz cultivares melhores a cada ciclo. A genética permite um diferencial importante à semente, que não se consegue via manejo, produto fitossanitário ou máquinas e equipamentos. Estes, são essenciais em fornecer todas as condições essenciais/ideias para a planta, mas somente com uma semente de boa genética será possível uma resposta com alta expressão de potencial produtivo. Hoje as empresas investem muito em estressar ao máximo esses produtos antes que eles cheguem ao mercado, ou seja, testá-los em condições ideais até as extremas. São vários anos de testes em diferentes regiões. Com isso, é possível minimizar efeitos do ambiente como um todo, do clima (seca ou chuva intensa), bem como o impacto de novas doenças e de doenças sazonais. Conseguimos, portanto, um produto altamente estável para o agricultor cultivar e levando a esse aumento de sacas/hectare.
É possível aumentar ainda mais o potencial produtivo das lavouras com melhoramento genético?
Hartwig – Sim. Se medirmos o que chamamos de ganho genético, ainda não vemos um patamar limite nesse momento. Cada ano que colocamos novos cultivares no campo, temos certeza de que estamos disponibilizando produtos melhores aos já existentes. Por exemplo, principalmente no cerrado Brasileiro, onde temos nematoide no solo da lavoura de soja, se a cultivar for suscetível, possivelmente a produtividade vai ser muito baixa. Porém, via genética é possível encontrar vários cultivares hoje no mercado com resistência e que garantem produtividade próxima ao normal, como se não tivesse nematoide no local. Assim, os potenciais de produtividade continuam a ser elevados, mesmo em condições mais restritivas.
Quais as principais tendências neste segmento?
Hartwig – De forma geral, há empresas mais focadas num correto posicionamento das suas biotecnologias e/ou empresas focadas no desenvolvimento de novos cultivares melhorados com ou sem as biotecnologias, mas trazendo outros atributos diferenciais. Estamos trabalhando muito nos caracteres que garantam estabilidade e sustentabilidade aos produtos, como genes nativos por exemplo, garantindo produtos mais defensivos com alto teto produtivo. Companhias que conseguem fazer isso, inclusive, fidelizam o agricultor a sua marca.
Atualmente, qual a principal demanda do produtor?
Hartwig – Generalizando, a principal reclamação é a dificuldade de controle de certas plantas daninhas. Há também situações locais de regiões específicas que possuem seus próprios desafios, como tombamento/quebramento de plantas, podridões de legumes, algumas pragas de difícil controle etc. As biotecnologias ajudam em algumas situações, combinados a técnicas de manejo e produtos. Mas nem todos os desafios do campo são prontamente resolvidos. Há situações novas a cada ano e empresas do setor de pesquisa sempre terão seus esforços direcionados não só em atender demandas de longo prazo, mas também trazer o mais breve possível novas soluções para novos cenários.
Há intenção de levar variedades personalizadas a cada região?
Hartwig – Para desenvolver uma cultivar demoramos algo como seis anos, depois temos uma ou duas safras para “desenvolver” o produto, ou seja, fazer todo ajuste de recomendação aos diferentes ambientes, tipos de solo, clima etc. A partir disso, entendemos qual a adaptabilidade do produto. As empresas então lançam esses produtos primeiramente nas regiões em que a performance dele tende a ser melhor, de acordo com os testes realizados. Nesse sentido, acaba havendo essa personalização por si só. Na SEEDCORP|HO, por exemplo, temos duas marcas com posicionamentos distintos, unificando visão do potencial do produto com capacidade de acesso do mercado. O que acontece com o passar do tempo, se o cultivar realmente possui atributos que o diferenciam, o produtor acaba expandindo esse uso para outras áreas, ao perceber o seu potencial.
Quais as expectativas para essa safra da soja?
Hartwig – Tudo prometia ser uma safra excepcional na fase de implantação das lavouras, porém já temos algumas situações adversas que podem levar ao prejuízo, ocasionadas por seca severa principalmente no Sul do Brasil e altos volumes de chuvas nas demais regiões do País. Por isso, temos que garantir uma boa semente e uma boa estabilização da lavoura sempre, dando todas as condições ideais de manejo, e torcer para que as outras condições, como de clima, que não podemos controlar, favoreçam o melhor desenvolvimento.
A SEEDCORP I HO é uma empresa única, presente em todas as etapas da cadeia de sementes – pesquisa, desenvolvimento de mercado, produção, vendas e logística – oferecendo as melhores opções ao produtor em toda a América do Sul. Nascida da fusão, em 2017, da SEEDCORP e Horus Sementes, a empresa atua por meio de marca própria ou licenciando sua genética.
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