Embrapa Soja e IDR-Paraná iniciam Giro Técnico da Soja Safra 2023-24

Ao todo, serão 16 encontros de produtores, técnicos e pesquisadores, nas principais regiões produtoras do estado

04.12.2023 | 15:46 (UTC -3)
Lebna Landgraf e Roberto Monteiro
Foto: Claudine Seixas
Foto: Claudine Seixas

A Embrapa Soja, em parceria com o IDR-Paraná, inicia, em dezembro, o Giro Técnico da Soja-Safra 2023/2024. Durante todo o mês, serão realizados 16 encontros de produtores, técnicos e pesquisadores, nas principais regiões produtoras do estado. O objetivo é apresentar aos participantes boas práticas agrícolas, além dos resultados dessas tecnologias aplicadas no campo. Na oportunidade, também serão discutidas estratégias de combate à ferrugem-asiática da soja. Os primeiros encontros serão realizados neste dia 4, em Ângulo e Jussara (PR). A organização espera a participação de mil produtores no Giro Técnico da Soja neste ano.

De acordo com Edivan José Possamai, coordenador estadual do Projeto Grãos Sustentáveis ​​do IDR-Paraná, o giro técnico vem sendo realizado, há dez anos, em parceria com a Embrapa-Soja e é o momento em que os agricultores que participam do projeto podem se relacionar como as novas tecnologias foram aplicadas em suas propriedades e nos resultados obtidos. São práticas como o Manejo Integrado de Pragas (MIP), a fixação biológica de nitrogênio, o manejo de solos, tecnologias de aplicação de produtos na mão de obra e Manejo Integrado de doenças (MID). “Estamos num período em que a rentabilidade da soja vem avançando. Além disso, há uma demanda da sociedade por uma agricultura de menor impacto ambiental. As práticas divulgadas durante o Giro podem contribuir para que o produtor tenha um trabalho rentável e preserve o meio ambiente”, afirmou Possamai.  

Para o pesquisador André Mateus Prando, da Embrapa Soja, do Giro Técnico, além de apresentar os resultados obtidos nas unidades de referência técnica, implantadas em áreas de agricultores, promove o intercâmbio entre os diferentes elos do processo produtivo. “Esse evento promove realmente uma troca de informações muito boa entre o produtor, a assistência técnica e a pesquisa: todos saem ganhando com essa aproximação”, diz Prando.

“É uma oportunidade para mostrarmos que a adoção do Manejo Integrado de Pragas e doenças, por exemplo, traz ganhos econômicos e ambientais, assim como a adoção da Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN)”, diz. O pesquisador explica que a adoção do FBN, via coinoculação de soja com bactérias fixadas de nitrogênio, promove um incremento de produtividade médio de 8,2%. Esse percentual representa benefícios na ordem de R$ 575,00 por hectare. “Além de ser uma prática bastante rentável, ajuda o meio ambiente para dispensar o uso de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja”, destaca.

Ferrugem-asiática

Uma das maiores concentrações dos produtores neste ano é a ocorrência de ferrugem-asiática, já que o controle da doença exige a aplicação de fungicida e, consequentemente, aumenta os custos de produção. Possamai informou que a umidade excessiva, favorecida pelas precipitações no ano de El Niño, fez com que a ferrugem fosse verificada mais cedo nesta safra no Paraná. Ele acrescentou que a doença já foi detectada nas regiões de Pato Branco, Cascavel, Toledo, Campo Mourão, Londrina, Cornélio Procópoio, Dois Vizinhos e Ponta Grossa.  

Uma das práticas mais importantes para o manejo da ferrugem é o uso de coletores de esporos, atualmente instalados em 180 áreas no estado. Os equipamentos coletaram os esporos do fungo causador da doença e, somados às condições de temperatura e umidade, indicam o momento certo de fazer a aplicação de fungicidas nas lavouras. Possamai ressalta que essa estratégia está se consolidando como um modelo de produção sustentável de soja.

Redução de custos

Outra estratégia é o MIP (Manejo Integrado de Pragas) que indica ao produtor o momento adequado de fazer o controle de regras e evitar danos à produção. “O MIP pode reduzir pela metade o número de aplicações de inseticidas e o MID (Manejo Integrado de Doenças) reduz em até 40% as aplicações de fungicidas, sem comprometer a produtividade das tarefas. Essas práticas revertem em mais renda para o produtor, menor custo de produção e menor impacto ambiental, trazendo benefícios para a sociedade como um todo”, concluiu. Informações a respeito do Giro Técnico, bem como a localização das propriedades onde acontecerão os encontros podem ser obtidas nos escritórios do IDR-Paraná.

Calendário dos encontros:

05/12, às 8h30 - Quarto Centenário

                13h30 - Palotina

06/12, às 13h30 - Céu Azul

07/12, às 8h30 - Bela Vista da Caroba

                14h00 - Boa Esperança do Iguaçu

08/12, às 8h30 - Mariópolis

11/12, às 14h00 - Faxinal

12/12, às 8h30 - Guarapuava

                14h00 - Laranjeiras do Sul

12/12, às 8h30 - Sabáudia

12/12, às 14h00 - Cafeara

13/12, às 8h30 - Guamiranga

13/12, às 8h30 - Cornélio Procópio

14/12, às 8h30 - Reserva

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