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A proposta inovadora busca fortalecer a cafeicultura em Rondônia e promover uma agricultura sustentável na Amazônia. Por meio do projeto Rede Estadual de Avaliação de Clones de Cafés, que envolve a participação da pesquisa, de instituições governamentais do estado e de produtores, serão avaliados os melhores materiais genéticos disponíveis atualmente nas principais regiões produtoras de café em Rondônia. “É o reconhecimento e a valorização dos produtores que desenvolveram, multiplicaram e difundiram seus próprios clones para alavancar a cafeicultura do estado. Foi uma aposta que deu certo, com ganhos em produtividade e qualidade. O projeto vai agregar valor à esses clones”, destaca o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira.
Ao final das avaliações, será elaborada uma ficha técnica para cada clone avaliado, com as informações agronômicas e qualitativas, possibilitando o registro do material genético junto ao Registro Nacional de Cultivares – RNC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. As cultivares poderão ser recomendadas para todo o estado, fortalecendo ainda mais a cafeicultura na região.
Para a execução do projeto, o Conselho de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Conder) aprovou a liberação de 4,2 milhões de reais do Fundo de Desenvolvimento Industrial de Rondônia (Fider), por meio da Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura – Sedi. Equipes da Embrapa Rondônia, Emater-RO, Secretaria de Estado da Agricultura de Rondônia – Seagri, produtores e viveiristas de café estarão unidos nessa ação, que conta também com o apoio da Câmara Setorial do Café de Rondônia e Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia – Idaron.
O projeto foi lançado em fevereiro de 2021, por meio da assinatura de convênio entre o Governo de Rondônia e a Embrapa. Estavam presentes ao evento o governador do estado Marcos Rocha, o chefe-geral da Embrapa Rondônia Alaerto Marcolan, o superintendente da Sedi Sérgio Gonçalves e demais representantes de instituições parceiras. “Esta ação conjunta pode oferecer condições para à elevação da produtividade, qualidade e maior valor agregado ao café do estado”, destaca Sérgio Gonçalves.
Já para o primeiro semestre de 2021, serão selecionados os 64 clones que participarão do projeto. No segundo semestre, serão selecionadas as cinco propriedades que receberão as unidades experimentais. Segundo o pesquisador Alexsandro Teixeira, os critérios de seleção para a escolha dos clones e definição das propriedades que receberão as unidades experimentais serão definidos e divulgados em breve.
Serão avaliados 64 clones de café canéfora – robusta e conilon – durante quatro safras. As avaliações serão realizadas em cinco experimentos instalados em propriedades de cafeicultores que estão nas principais regiões produtoras do estado: Cacoal, Alta Floresta do Oeste, Ariquemes, Rolim de Moura e Alvorada do Oeste.
Importante informar que os cafeicultores que fornecerem clones para a avaliação ficarão impedidos de instalarem ensaios experimentais nas suas propriedades, visando a idoneidade das avaliações. A quantidade de clones por viveirista dependerá do número de interessados em participar da Rede de Avaliação.
Outro ponto que vale destacar é que os clones já comercializados estão impedidos de participar das avaliações para fins de registro, já que se tornaram de domínio público. A seleção, identificação e coleta das estacas fornecidas pelos viveiristas para a produção das mudas será de responsabilidade da Emater-RO em conjunto com a Seagri e todas as mudas serão produzidas em viveiro único, a ser definido, de acordo com as normativas da Idaron.
Todos os ensaios de avaliação receberão acompanhamento e supervisão técnica, desde a implantação até a colheita e na avaliação, coleta de dados e de amostras. Serão ações realizadas de forma conjunta entre Embrapa, produtores e técnicos da Emater-RO. Para o engenheiro agrônomo da Seagri, Janderson Dalazen, a forma participativa de realização deste projeto, envolvendo todos os elos do setor produtivo, dá ainda mais credibilidade e também é uma forma de capacitar tanto técnicos como os próprios cafeicultores envolvidos, que se tornam multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. “É um projeto em que todos ganham”, conclui Dalazen.
No projeto, serão analisadas pela Embrapa diversas características como: produtividade e tamanho dos grãos, uniformidade de maturação dos frutos, arquitetura das plantas para mecanização da colheita, rendimento industrial, tombamento das hastes, qualidade de bebida, resistência à nematóides tolerância à pragas e doenças.
O estado é o quinto maior produtor de café do país e o segundo da espécie canéfora. A produção da safra de 2019/2020 foi de 2,4 milhões de sacas, realizada em uma área plantada 78% inferior à de 2001. Em quase duas décadas, a produtividade evoluiu de 8 para 38 sacas por hectare, graças aos produtores que, a cada ano que passa se dedicam mais ao uso de tecnologias de base sustentável. Durante esse período, os cafeicultores da região selecionaram plantas promissoras em suas lavouras, das quais, foram produzidas mudas clonais que foram utilizadas para a formação de novas lavouras em todo o estado e região.
Essas plantas selecionadas se tornaram matrizes, destinadas à produção de mudas, e compuseram a base genética da renovação do parque cafeeiro do estado na última década. Atualmente, estima-se que mais de 100 plantas matrizes (genótipos) estejam sendo utilizadas para a produção de mudas em escala comercial, ou ainda em fase de teste pelos viveiristas do estado.
Apesar da ampla disseminação desses clones, há pouquíssima informação científica a respeito das suas características agronômicas, principalmente quanto ao desempenho produtivo em diferentes regiões. Os materiais disponibilizados pelos viveiristas não foram avaliados de acordo com as exigências do Mapa. Aliada à falta desses requisitos, que os enquadra como de “origem genética desconhecida”, a comercialização destes clones está na categoria de domínio público, impossibilitando o registro no ministério e a participação em avaliações. Este cenário demonstra a relevância da identificação, avaliação e registro dessa riqueza genética da cafeicultura de Rondônia e da necessidade da união de esforços para isso.
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