Embrapa é citada como modelo de gestão por instituição de pesquisa norte-americana

O exemplo da Embrapa foi considerado nos padrões da instituição que busca garantir organização e gerenciamento aos programas de pesquisa

24.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Katia Marsicano​

O modelo de gestão da Embrapa acaba de ser reconhecido e entrar para o rol de exemplos corporativos exitosos no relatório "ARS: Office of National Programs Revitalization", da National Academy of Public Administration (Napa), em um projeto de revitalização dos programas nacionais de pesquisa e desenvolvimento do Agricultural Research Service (ARS), principal agência de pesquisa interna do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O exemplo da Embrapa foi considerado adequado aos padrões da instituição que busca garantir organização e gerenciamento aos programas de pesquisa, baseados em um trabalho eficiente, criativo e impactante.

No relatório, a Napa sugere estratégias de como moldar e implementar mudanças na missão da pesquisa agrícola e refere-se à instituição brasileira como “uma agência irmã da ARS, que recentemente atualizou seu banco de dados de projetos e desenvolveu soluções de tecnologia da informação de fácil utilização para melhorar o acesso a informações sobre projetos de pesquisa em toda a empresa”. De acordo com o texto, o ARS pode se beneficiar com o exemplo da Embrapa, inclusive no que diz respeito à captação de recursos em parcerias público-privadas e as diferentes formas de orçamento da empresa que separam custeio de projetos, manutenção operacional, investimento e pessoal. No ARS,  investimento, custeio de projetos e pessoal pertencem à mesma rubrica.

Fortalecimento internacional

Segundo Alexandre Varella, coordenador do Labex EUA, a importância da integração de experiências entre as instituições também em gestão corporativa - além da pesquisa - fortalece a imagem internacional da Embrapa. “Representa também oportunidades de conhecer outras estratégias e processos que podem complementar e aperfeiçoar os adotados na Empresa”, comenta. Ele lembra que a instituição norte-americana se interessou pela experiência da Embrapa, após visita de Celso Moretti, então diretor de P&D,  ao ARS-USDA durante o processo de transição da Coordenação do Labex EUA em maio de 2019.

“Isso coincidiu com o plano do principal parceiro da Embrapa nos EUA em realizar estudo de casos de sucesso e benchmarking internacional para sugerir aperfeiçoamento do seu Programa de P&D e processos gerenciais”, explica. “Em novembro de 2019, o Labex EUA foi procurado pela Napa para  colaborar com a revitalização dos programas nacionais de P&D do ARS-USDA”, conclui.

A articulação do Labex EUA, com o apoio da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD), realizou reuniões presenciais e reuniões virtuais para explicar as principais mudanças implementadas no Sistema Embrapa de gestão (SEG), suas ferramentas de TI no apoio à gestão e o novo Macroprocesso de Inovação. Alexandre Varella conta que foram apresentadas as megatendências da agricultura brasileira, por meio do documento Visão 2030, da Embrapa, e suas conexões com os cinco eixos de impacto e 12 objetivos estratégicos do VI Plano Diretor da Embrapa (PDE).  

Para Bruno Brasil, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, a experiência da empresa no exterior é muito positiva. “Isso demonstra que a Embrapa é reconhecida internacionalmente como um caso de sucesso em pesquisa e inovação agropecuária”, comenta. “E ainda contribui para que seja percebida como referência em gestão de PD&I,  atraindo parcerias e  investimentos e consolida uma reputação de excelência na área".

À instituição norte-americana foram apresentadas a nova política de PD&I, o SEG, seus colegiados a nível estratégico, tático e operacional, os 34 Portfólios e o sistema de gestão dos Portfólios, os quatro tipos de projetos em PD&I, as estratégias para ampliar a colaboração com o setor privado, por meio do fomento a projetos de inovação aberta, em parceria com o setor produtivo e ainda as formas de indução de projetos e a produção focada em ativos tecnológicos, através da implementação da escala de níveis de maturidade tecnológica (Escala TRL/MRL), além das ferramentas de TI em apoio à gestão, como Ideare e Quaesta.

Além da Embrapa, o relatório destaca a experiência de agências federais americans, como U.S. Environmental Protection Agency (EPA), the National Aeronautics and Space Administration (Nasa), the National Institutes of Health (NIH), e de   instituições internacionais de pesquisa, entre elas o French National Institute for Agriculture, Food, and Environment (Inrae), Agriculture and Agri-Food (AAFC) e o Consultative Group for International Agricultural Research (CGIAR).



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