Embrapa disponibiliza Boletim Agrometeorológico da safra 20/21 em Mato Grosso

Documento disponibilizado pela Embrapa Agrossilvipastoril aponta chuvas abaixo da média em setembro e outubro em quase todo o estado, o que atrasou a semeadura da soja

25.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

Já está disponível no site da Embrapa Agrossilvipastoril (www.embrapa.br/agrossilvipastoril) o segundo Boletim Agrometeorológico de acompanhamento da safra 2020/2021. O documento serve de suporte para produtores tanto para avaliação do comportamento da lavoura quanto para acionar serviços, como a seguridade rural, por exemplo. O material relata o comportamento das chuvas no período de setembro de 2020 a 17 de março de 2021 em Mato Grosso e mostra as anomalias frente à série histórica nas diferentes regiões do estado.

Nesta safra, verificou-se chuvas abaixo da média em setembro e outubro em quase todo o estado, o que atrasou a semeadura da soja em muitas regiões. A partir de novembro, embora ainda abaixo das médias históricas, as chuvas foram suficientes para o desenvolvimento inicial da lavoura. Em dezembro, houve aumento das chuvas em quase todo o estado, com excesso em alguns pontos no médio-norte. Já em algumas localidades no nordeste de Mato Grosso, a precipitação acumulada ficou abaixo da média.

Em janeiro, as chuvas foram melhor distribuídas pelo estado, com exceção da região nordeste, onde houve veranicos. Já em fevereiro, foi registrado excesso de chuvas, sobretudo na região médio-norte, o que comprometeu a colheita da soja e a janela de semeadura do milho. No início de março, continuou o excesso de chuvas, fazendo com que produtores perdessem a janela de semeadura do milho e causando perdas em algumas áreas de soja.

O Boletim traz dados de precipitação registradas na estação meteorológica da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT). Os números mostram que o período de agosto 2020 até 10 de março de 2021 registrou o maior volume de chuva dos últimos cinco anos, com o total acumulado de 2.150,1mm. Destaque para os meses de dezembro, com 645,1mm e fevereiro, com 647mm, que foram os meses com maior precipitação nos últimos cinco anos.

De acordo com o pesquisador Jorge Lulu, apesar do comportamento irregular, com falta de chuva no início e excesso no fim da safra, o levantamento feito pela Conab mostra, de maneira geral, que a qualidade do grão é considerada satisfatória. Porém, há relatos pontuais de incidência de produto avariado e com a umidade superior aos padrões.

“Ainda assim, cabe destacar que as lavouras têm apresentado bom desempenho, e tais eventos não têm revertido os bons números da safra, e a produtividade média esperada é bastante positiva, na ordem de 3.473 kg/ha, patamar apenas 3,2% inferior ao recorde obtido no ciclo passado”, afirma o documento.

Serviço oferecido ao produtor

O Boletim Agrometeorológico disponibilizado esta semana é o 14º produzido pela Embrapa Agrossilvipastoril. Há cinco safras pesquisadores fazem o acompanhamento e editam três documentos, sendo um após o término da semeadura, um segundo no fim da primeira safra e o terceiro ao fim da safrinha.

Os documentos são feitos visando atender uma demanda do setor produtivo por informações oficiais que deem subsídios, por exemplo, para a solicitação de resgate de seguro rural por perdas causadas pelo clima.

A Embrapa ainda contribui com o setor produtivo com a validação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, instrumento usado para recomendar as janelas ideais de plantio e para nortear o crédito e seguridade rural.   

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