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Pesquisadores e gestores da Embrapa se reuniram com a Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por videoconferência, na terça (20), para debater tecnologias para a produção de grãos no país e a programação de pesquisa da Empresa.
Os representantes das federações estaduais de agricultura e produtores rurais assistiram a apresentações sobre o desenvolvimento de inovações, linhas de pesquisa e novas cultivares para os agricultores.
Alcido Elenor Wander, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, destacou as principais linhas de pesquisa e as soluções tecnológicas para o cultivo de feijão, sustentado, segundo ele, em três pilares: produção de bioinsumos, sustentabilidade dos sistemas produtivos e cultivares de qualidade de grãos com características agronômicas superiores.
“O futuro do agro será mais biológico do que hoje”, explicou o especialista, que apresentou aos participantes o conjunto de cultivares de feijão que a Embrapa tem hoje disponível para o produtor rural, bem como as pesquisas com edição gênica, transgenia e com marcadores moleculares.
A expansão da produção do trigo no Brasil, os desafios do setor, as cultivares disponibilizadas para o agricultor foram destaques na participação de Osvaldo Vasconcelos Vieira, chefe da Embrapa Trigo. “Nosso foco são as pesquisas com trigo, especialmente para produção de farinha e pão. Nosso desafio é gerar soluções tecnológicas que ofereçam mais renda e menor risco ao produtor”, ressaltou. Ele falou também sobre as pesquisas com os cereais triticale, aveia preta, centeio e cevada.
“Atendemos o Brasil inteiro e nossa intenção é contribuir para as cadeias produtivas. Mais de 90% do trigo que abastece o país vem do centro- sul, mas o grande desafio é o trigo tropical, cultivado entre as regiões de Goiânia e Brasília, onde já há uma condição muito boa de cultivares e tecnologias, e, agora, o trigo no Ceará, que enxergamos como uma grande oportunidade”, detalhou Osvaldo Vasconcelos.
Segundo ele, 1,2 milhão de tonelada de trigo é obtido no Estado do Ceará, abastecendo uma boa parte do Nordeste. “Só conseguimos gerar tecnologias e conhecimentos a partir da nossa integração com as cadeias produtivas e o setor produtivo”, acrescentou. A Embrapa Trigo mantém mais de 100 contratos nacionais e internacionais com a iniciativa privada.
Água, mudanças do clima, biotecnologia e edição genômica foram considerados desafios norteadores para a pesquisa, de acordo com José Renato Faria, pesquisador da Embrapa Soja. Segundo ele, a pesquisa da Embrapa proporcionou ao produtor rural um leque de alternativas para a produção de soja, de acordo com a região, clima e qualidade do solo. São mais de 350 cultivares disponíveis. Entre as linhas de pesquisa, ele citou o Manejo Integrado de Pragas, o Manejo Integrado de Plantas Daninhas, o Manejo do Solo, o trabalho com a fertilidade e nutrição de plantas, tecnologia de sementes, biotecnologia vegetal, além de estudos sobre perdas na colheita, entre outras.
“São tecnologias, conhecimentos e produtos consagrados que a gente tem de continuar investindo para garantir a sustentabilidade do sistema produtivo que ofereçam aumento de renda, melhoria de condições e continuidade da capacidade produtiva ao longo dos anos para o produtor rural, garantindo a sustentabilidade ambiental”, afirmou. “O grande produto da Embrapa são os conhecimentos que vão viabilizar a continuidade do sistema produtivo nacional”, complementou. Também esteve presente à reunião Alexandre Nepomuceno, novo chefe da Embrapa Soja, que enfatizou os eixos da sustentabilidade na cultura da soja: econômica, ambiental e social.
As reuniões virtuais da Embrapa com a CNA são uma estratégia coordenada pela Gerência de Relações Institucionais e Governamentais da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (GRIG/SIRE), dentro da sua atribuição de coordenar o relacionamento institucional e governamental junto às entidades de representação. Têm como objetivo aproximar os centros de pesquisa do setor produtivo e ampliar as parcerias da Empresa.
Além da participação na Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, a Embrapa também já esteve presente em 16 outras comissões com a presença de gestores e pesquisadores.
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