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Produtores de banana em todo o país devem ficar atentos ao controle de umas das mais graves doenças que atingem a fruta: o Mal do Panamá. Ela é provocada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. Cubense, e, segundo especialistas, estaria avançando de forma preocupante pelos bananais do mundo, pondo em risco um comércio que movimenta bilhões de dólares anualmente, inclusive no países de América Latina, como o Equador, considerado o maior exportador da fruta no mundo, e o Brasil.
A proliferação do fungo se dá de diversas formas, mas especialmente pela contaminação do solo e equipamentos. A doença, também conhecida como fusariose, provoca o amarelamento das folhas, com bordas secas, deixando a planta no final, semelhante a um guarda-chuva. Segundo a Emater-MG, é possível adotar medidas preventivas. “Uma medida é o melhoramento genético e o uso de variedades mais resistentes, como por exemplo a nanica, a pacovan ou a ken. Isso pode ajudar a controlar a incidência do fungo, que se multiplica facilmente com umidade e altas temperaturas, passando de uma planta pra outra, por meio do vento, passarinhos, caixas, equipamentos e mudas”, afirma o coordenador técnico estadual de Fruticultura Emater-MG, o engenheiro agrônomo Deny Sanábio.
Ainda de acordo o agrônomo, deve ser evitado o plantio em locais onde existe histórico dessa doença, usar mudas comprovadamente sadias e corrigir a acidez do solo para próximo do neutro, em torno de sete. “Também recomendados o plantio em solos mais elevados, profundos e secos, além do controle das populações dos neumatóides do solo, que furam o sistema radicular da planta. Outra prevenção importante é a manutenção de uma planta bem nutrida”.
No final do ano passado, um estudo da Universidade Wageningen da Holanda levou preocupação aos produtores de todo mundo, ao alertar sobre o rápido avança da doença. Os pesquisadores da Universidade estão também estudando de que maneira é possível controlar a proliferação do fungo.
Acredita-se que o primeiro relato da doença, considerada grave para a bananicultura, tenha ocorrido por volta de 1874, na Austrália, atacando a cultivar Maçã. Como os primeiros prejuízos importantes foram relatados no Panamá, em 1904, atribui-se o nome de Mal do Panamá. No Brasil, a doença foi constatada pela primeira vez em 1930, no município paulista de Piracicaba, sobre a variedade maçã.
Produção em Minas
Segundo o IBGE, Minas Gerais é o terceiro produtor de bananas no país, com produção de 711,8 mil toneladas e área de 41 mil hectares da cultura. O Estado representa 9,97% da produção brasileira, apresentando produtividade de 7.363 quilos por hectare. Em 2013, a área total cultivada produziu banana prata, prata-anã, banana nanica e outras variedades como ouro, da terra, maça e marmelo. A produção mineira se concentra na região Norte, beneficiada pelo sistema de produção irrigada. Os principais municípios produtores: Jaíba, Matias Cardosos e Janaúba, localizam-se no Norte e respondem por 32,1% da produção estadual. De acordo o IBGE, o valor da produção, ou a receita gerada pelas vendas de banana de Minas, foi de R$ 845,4 milhões em 2013.
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