Em janeiro, IBGE prevê safra recorde de 262,2 milhões de toneladas para 2021

Alta representa percentual de 3.2% em relação ao ano anterior

11.02.2021 | 20:59 (UTC -3)
IBGE

Em janeiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2021 é de mais um recorde, somando 262,2 milhões de toneladas, com alta de 3,2% (8,1 milhões de toneladas) em relação a 2020 (254,1 milhões de toneladas) e de 1,7 milhão de toneladas (0,7%) frente ao prognóstico anterior. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 66,8 milhões de hectares, com alta de 2,1% frente à área colhida em 2020 (mais 1,4 milhão de hectares) e de 149 mil hectares (0,2%) frente ao mês anterior.

Estimativa de JANEIRO para 2021262,2 milhões de toneladas
Variação JANEIRO 2021/ DEZEMBRO 2020(0,7%) 1,7 milhão de toneladas
Variação safra 2021/ safra 2020(3,2%) 8,1 milhões de toneladas
Estimativa de JANEIRO para 2021262,2 milhões de toneladasVariação JANEIRO 2021/ DEZEMBRO 2020(0,7%) 1,7 milhão de toneladasVariação safra 2021/ safra 2020(3,2%) 8,1 milhões de toneladas

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 93,4% da estimativa da produção e respondem por 87,8% da área a ser colhida. Em relação a 2020, houve acréscimos de 3,2% na área do milho (3,0% na primeira safra e de 3,3% na segunda); de 3,0% na área da soja e de 0,6% na área do arroz, ocorrendo declínio de 11,3% na área do algodão herbáceo.

Na comparação com 2020, esperam-se altas na produção de 7,2% para a soja, totalizando 130,3 milhões de toneladas, e de 0,4% para o milho, totalizando um recorde de 103,7 milhões de toneladas. Já o algodão herbáceo e o arroz em casca apresentaram declínios de 16,5% e 0,6%, devendo a produção alcançar 5,9 e 11,0 milhões de toneladas, respectivamente.

A informação de janeiro para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2021 alcançou 262,2 milhões de toneladas e uma área colhida de 66,8 milhões de hectares. Em relação a 2020, houve aumento de 1,4 milhão de hectares na área a ser colhida (2,1%). Frente ao que fora previsto no mês anterior, o acréscimo foi de 149 mil hectares (0,2%).

As regiões Sul (13,3%) e Nordeste (0,4%) tiveram acréscimos em suas estimativas. Por outro lado, Centro-Oeste (-1,1%), Sudeste (-0,7%) e Norte (-2,1%) tiveram queda. E as participações de cada região são: 45,9% do Centro-Oeste, 31,6% do Sul, 9,8% do Sudeste, 8,6% do Nordeste e 4,1% do Norte.

Na distribuição da produção pelas Unidades da Federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 27,3%, seguido pelo Paraná (15,6%), Rio Grande do Sul (13,4%), Goiás (9,7%), Mato Grosso do Sul (8,6%) e Minas Gerais (6,1%), que, somados, representaram 80,7% do total nacional. Em relação ao mês anterior, acorreram acréscimos nas estimativas do Paraná (1,2 milhão de toneladas), de Minas Gerais (439,2 mil toneladas), do Maranhão (156,0 mil toneladas), do Piauí (46,2 mil toneladas), do Pará (33,9 mil toneladas), no Amazonas (4,0 mil toneladas), no Tocantins (473 toneladas). Já em Goiás (-72,7 mil toneladas), no Mato Grosso (-27,2 mil toneladas), no Ceará (-6,9 mil toneladas), na Bahia (-2,0 mil toneladas) e no Rio de Janeiro (-1,2 mil toneladas) houve redução.

Destaques na estimativa de janeiro de 2021 em relação a dezembro

Em janeiro, destacaram-se as variações positivas nas seguintes estimativas de produção em relação a dezembro: feijão 2ª safra (21,5% ou 206,0 mil toneladas), batata-inglesa 2ª safra (5,4% ou 61,7 mil toneladas), cacau (4,4% ou 11,4 mil toneladas), milho 2ª safra (2,9% ou 2,2 milhões de toneladas), tomate (2,0% ou 77,9 mil toneladas), feijão 3ª safra (1,6% ou 8,9 mil toneladas), soja (0,4% ou 574,2 mil toneladas), arroz (0,2% ou 25,5 mil toneladas), café canéfora (0,1% ou 1,1 mil toneladas).

Por outro lado, são esperados declínios na produção da batata-inglesa 1ª safra (-0,5% ou 8,2 mil toneladas), do milho 1ª safra (-0,6% ou 170,1 mil toneladas), do feijão 1ª safra (-0,8% ou 10,0 mil toneladas), do sorgo (-1,5% ou 40,9 mil toneladas), do algodão herbáceo (-2,8% ou 172,0 mil toneladas), e do café arábica (-11,1% ou 237,0 mil toneladas).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) 

 A estimativa de produção foi de 5,9 milhões de toneladas para o algodão herbáceo em caroço, com declínio de 2,8% em relação ao 3º prognóstico (dezembro), e uma redução de 16,5% em relação a 2020. A área plantada deve alcançar 1,5 milhão de hectares, queda de 11,3% e o rendimento médio 4.077 kg/ha, redução de 5,8%.

Nos últimos três anos, o Brasil alcançou recordes na produção de algodão para atender a demanda internacional. Contudo, com a pandemia da covid-19 essa demanda diminuiu, influenciando na decisão de plantio da próxima safra. O Mato Grosso, que produz 68,8% do total nacional reduziu sua produção em 16,8% frente à de 2020, e a Bahia, segundo maior produtor com 20,3% do total, reduziu em 18,5%. E, comparado com o 3º prognóstico ocorreu uma queda de 3,6% na produção mato-grossense.

ARROZ (em casca) 

 A estimativa da produção foi de 11,0 milhões de toneladas, aumento de 0,2% em relação ao 3º prognóstico e declínio de 0,6% em relação a 2020, com queda de 1,3% no rendimento médio. Essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro. Para a safra 2021, a tendência é de que haja maior equilíbrio nos preços do cereal, que alcançou patamares históricos em 2020 alavancados pelo aumento do consumo interno em decorrência da pandemia do coronavírus e do aumento das exportações dado o estímulo cambial. Em janeiro, tivemos aumento das estimativas de produção no Mato Grosso (5,6%), no Piauí (9,3%) e em Goiás (3,2%).

BATATA-INGLESA (tubérculo) 

A primeira estimativa da produção de batata-inglesa apresenta um aumento de 1,5% em relação ao 3º prognóstico (dezembro), mas um declínio de 0,8% em relação ao ano de 2020. Ao todo, o país deve produzir 3,7 milhões de toneladas, em uma área a ser colhida de 115,9 mil hectares. A área a ser colhida apresenta aumento de 0,3% e o rendimento médio cresceu 1,1%.

A primeira safra apresenta retração de 0,5% frente ao 3º prognóstico. Ao todo, devem ser colhidas 1,8 milhão de toneladas de batata-inglesa, resultado influenciado pela redução de 1,7% na estimativa de produção do Paraná. Mas, em relação ao ano anterior houve aumento de 10,2% para a estimativa de produção.

Já para a segunda safra, a produção estimada é 5,4% maior que a do 3º prognóstico, totalizando 1,2 milhão de toneladas, com destaque positivo para o Paraná, que elevou em 20,9% sua estimativa de produção. Comparada ao ano anterior, a estimativa total dessa safra é 11,9% superior.

Para a terceira safra, não houve reavaliação neste mês de janeiro, permanecendo a estimativa do 3º prognóstico, ou seja: 663,4 milhões de toneladas.

CACAU (em amêndoa) 

 A estimativa de produção encontra-se em 269,9 mil toneladas, crescimento de 4,4% em relação ao mês anterior. E o rendimento médio encontra-se 4,2% superior. O Pará e a Bahia, os maiores produtores, devem responder por 94,2% da produção nacional este ano. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira de cacau encontra-se 3,8% menor, havendo declínios de 0,3% no Pará e de 6,8% na Bahia.

CAFÉ (em grão) 

A estimativa da produção brasileira de café para 2021 foi de 2,7 milhões de toneladas, declínio de 27,3% em relação ao ano anterior, com o rendimento médio, de 1 509 kg/ha, decrescendo 23,3%. A área plantada apresenta declínio de 5,0% e a área a ser colhida, de 5,2%.

Para o café arábica, a produção estimada foi de 1,9 milhão de toneladas, com declínio de 33,6% em relação ao ano anterior. Em 2020, a safra brasileira de café arábica foi de bienalidade positiva, sendo a maior verificada na série histórica do IBGE. Já 2021 será ano de bienalidade negativa, o que deve resultar em uma retração expressiva da produção. Minas Gerais, o maior produtor de café arábica (68,9% do total) estimou sua produção em 1,3 milhão de toneladas, que representa um declínio de 35,9% em relação ao ano anterior.

Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção, de 807,2 mil toneladas, apresenta declínio de 6,7% em relação ao ano anterior. No Espírito Santo, maior produtor brasileiro (64,5% do total), a estimativa encontra-se em 520,7 mil toneladas, com declínio de 7,3% na estimativa da produção.

FEIJÃO (em grão)

A primeira estimativa da produção total nacional de feijão para 2021 foi de 3,0 milhões de toneladas, sendo 7,3% maior que a do 3º Prognóstico. A área a ser colhida aumentou 0,7% e o rendimento médio 6,6%.

A primeira safra, que participa com 42,9% da produção total de feijão em grão, foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, diminuição de 0,8% frente à estimativa do 3º prognóstico. Destaque negativo para o Paraná, com uma diminuição de 4,9% na estimativa de produção. Em relação ao ano anterior, houve redução de 1,5% na estimativa da produção total do país para a primeira safra.

Já a segunda safra, que 38,7% do total de feijão produzido no país, foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, aumento de 21,5% frente à estimativa do 3º prognóstico e de 15,4% em relação a 2020. Destaque positivo para o Paraná, com aumento de 74,5% em sua estimativa de produção frente a 2020.

Com relação à terceira safra, a estimativa de produção foi de 554,5 mil toneladas, aumento de 1,6% frente ao 3º prognóstico. Os estados responsáveis por esse aumento na estimativa de produção foram Mato Grosso (8,2%) e Paraná (36,4%). Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção sofreu redução de 2,8%.

MILHO (em grão) 

 Em relação à última informação, a estimativa da produção cresceu 2,0%, totalizando 103,7 milhões de toneladas, recorde da série histórica do IBGE. A estimativa da área a ser colhida foi de 18,8 milhões de hectares, tendo o rendimento médio crescido 1,3%. Em relação ao ano anterior, a produção deve ser 0,4% maior. A primeira safra deve participar com 25,3% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 74,7%.

Na primeira safra, a produção estimada foi de 26,3 milhões de toneladas, declínio de 0,6% em relação ao mês anterior e de 1,2% frente a 2020. Mas, para a segunda safra, a estimativa da produção (77,4 milhões de toneladas) cresceu 2,9% em relação ao mês anterior e ficou 1,0% maior em relação ao ano anterior.

SOJA (em grão)

 A estimativa da produção da soja foi de 130,3 milhões de toneladas, aumento de 0,4% em relação ao mês anterior e de 7,2% em relação à produção de 2020, sendo novo recorde da série histórica do IBGE. A área plantada, de 38,2 milhões de hectares, encontra-se 0,3% maior.

Apesar do atraso no plantio, devido à falta de chuvas nas principais unidades da federação produtoras, havendo até mesmo notícias de replantio em algumas áreas no Mato Grosso, de uma forma geral, o clima tem beneficiado as lavouras da leguminosa. O Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de soja, devendo sua produção alcançar 34,6 milhões de toneladas em 2021, 26,6% do total nacional. Já o Paraná, segundo maior produtor, deve produzir 20,5 milhões de toneladas em 2021 (15,7% da safra nacional).

SORGO (grão) 

A estimativa da produção foi de 2,8 milhões de toneladas, declínio de 1,5% em relação ao mês anterior. A área plantada e a ser colhida também apresentou redução, de 2,3%, mas o rendimento médio aumentou 0,8%. Goiás, o maior produtor (47,4% do total nacional), reduziu sua estimativa de produção em 0,7%. A estimativa de produção do sorgo foi 0,1% superior à de 2020, tendo a área plantada declinado 2,1% e o rendimento médio crescido 2,2%. A produção deve crescer 13,1% em Goiás e declinar em Minas Gerais 3,2% e na Bahia 45,1%.

TOMATE 

 A produção nacional de tomate foi estimada em 4,0 milhões de toneladas, com crescimento de 2,0% em relação ao último levantamento. Com a colheita em andamento, o Paraná atualizou suas estimativas, passando a 215,4 mil toneladas, aumento de 63,4% em relação ao mês anterior, mas declínio de 12,9% em relação ao que foi produzido em 2020.

A cultura depende de vários insumos externos, como fertilizantes, defensivos e sementes, que são importados e, que com a elevação do dólar, aumentaram o custo de produção. Apesar disso, segundo as primeiras estimativas, a área plantada no Brasil deve subir 2,2% atingindo 56,9 mil hectares. Goiás e São Paulo são os maiores produtores nacionais, responsáveis, respectivamente, por 28,9% e 25,6% da produção.




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