Diversificação rende R$ 640 milhões aos produtores de tabaco

O plantio de grãos e pastagem após a colheita do tabaco representou o incremento de aproximadamente R$ 640 milhões na renda dos produtores do Sul do Brasil

07.05.2019 | 20:59 (UTC -3)
Camila Holgado​

O plantio de grãos e pastagem após a colheita do tabaco representou o incremento de aproximadamente R$ 640 milhões na renda dos produtores do Sul do Brasil. A ação de cultivar uma segunda safra anual é incentivada pelo Programa Milho, Feijão e Pastagens – conduzido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) com apoio de entidades ligadas à agricultura e dos governos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná –, uma vez que proporciona diversificação e melhor aproveitamentos dos recursos da propriedade.

Conforme dados levantados pelo Programa, houve o cultivo de 170.810 hectares após a colheita da safra 2018/2019 com rendimento estimado de R$ 400 milhões para os produtores gaúchos, R$ 130 milhões para os catarinenses e R$ 110 milhões para os paranaenses. Nos três estados, foram cultivados 20.853 hectares de feijão, 99.810 de milho, 31.443 de pastagens e 18.704 de soja.

No Rio Grande do Sul, foram 95.881 hectares, sendo 4.795 de feijão, 61.368 de milho, 17.496 de pastagens e 12.221 de soja. Em Santa Catarina, foram 42.168 hectares, com 4.521 hectares de feijão, 24.986 de milho, 9.305 de pastagens e 3.357 de soja. E no Paraná foram 32.761 hectares, sendo 11.537 de feijão, 13.456 de milho, 4.624 de pastagens e 3.125 de soja.

Em relação à safrinha anterior, houve redução da área total cultivada (de 187.080 para 170.810 hectares), mas com aumento de R$ 90 milhões no montante total da receita bruta (de R$ 550 milhões para R$ 640 milhões), representando crescimento de 16,4%.

Após a colheita, o produtor de tabaco cultiva também outros grãos, com destaque para a soja que renderá em torno de R$ 75,3 milhões nos 18.704 hectares plantados. Há ainda o cultivo significativo de pastagens para alimentação dos animais. O levantamento apontou que nos três estados sul-brasileiros, 31.443 hectares foram utilizados para pastagem.

“O setor do tabaco sempre apoiou a diversificação, desde que ofereça renda real aos produtores. Pesquisa recente demonstrou que 79% dos produtores fazem algum tipo de rotação de culturas para reduzir a proliferação de pragas, doenças e ervas daninhas e que cerca de 50% garante renda com outros produtos além do tabaco, aumentando significativamente a sua renda”, afirma o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.

VANTAGENS DA DIVERSIFICAÇÃO  

O cultivo nas áreas onde foi colhido o tabaco reduz os custos de produção dos grãos, pois ocorre o aproveitamento residual dos fertilizantes aplicados. Consequentemente, pode haver redução de custo na produção de proteína (carne, leite e ovos), com a utilização do milho da safrinha no trato animal. Outros benefícios são a proteção do solo e a interrupção do ciclo de proliferação de pragas e ervas daninhas.

PARCEIROS DO PROGRAMA 

Em atividade desde 1985, Programa Milho e Feijão é conduzido pelo SindiTabaco e reúne a estrutura de campo das empresas associadas e de técnicos das entidades apoiadoras, que oferecem assistência técnica e capacitação de produtores com o objetivo de divulgar as vantagens do plantio da safrinha e incentivar a prática de diversificação da propriedade. São parceiros os governos dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catariana (Fetaesc), a Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Paraná (Fetaep) e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).



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