Defensivos e técnicas aprimoradas são aliados para aumento da produção agrícola sem grande ampliação da área

Segundo especialista da Ourofino Agrociência, Brasil precisa manter o investimento em técnicas para ampliar a capacidade produtiva

25.02.2021 | 20:59 (UTC -3)
Talita Macário

Na agricultura, técnicas e insumos tecnológicos vêm ajudando a aumentar a competitividade e produtividade. Os avanços de resistência a pragas proporcionados pelos cultivares transgênicos são algumas das situações que afetam positivamente o setor e podem ser complementares aos cuidados já conhecidos pelo produtor: a aplicação de defensivos agrícolas. Nesse sentido, as medidas de proteção ao cultivo começam com a dessecação e o tratamento das sementes, e nenhuma etapa deve ser negligenciada, nem no andamento da safra.

Sobre a adoção dos cultivares geneticamente modificados que resistem às lagartas, Marco Cunha, gerente de produto Herbicida da Ourofino Agrociência, comenta que, já na safra 19/20, o percentual chegou a quase 76% de toda a soja plantada no Brasil. “No entanto, esses cultivares geneticamente modificados não são completamente imunes aos ataques de todos os tipos de lagartas, por isso é indispensável o uso de inseticidas”. Além disso, ainda de acordo com o profissional, é preciso realizar o manejo para não criar casos de resistência.

Cunha, porém, ressalta que todo bom planejamento de cultura no campo começa com a dessecação, sempre levando em consideração o conhecimento técnico da área e das condições edafoclimáticas, para que o tratamento preventivo leve em consideração as principais pragas locais. Essa etapa é fundamental, porque preserva as áreas remanescentes da safra anterior e ajuda a impedir o ataque logo no início da plantação. “Após a dessecação de pré-plantio, o próximo item do plano deve ser o tratamento das sementes, usando os produtos específicos, como TerraForte.”

A respeito do tratamento para garantir mais produtividade da agricultura nacional, o executivo é taxativo. “O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, batendo recordes sempre, e há expectativa de crescimento de 4%. Espera-se que a área cultivada aumente, mas não na mesma proporção de produtividade – e esta é a capacidade que temos que potencializar. Trato fitossanitário e manejo preventivos feitos de forma assertiva são importantes porque estão na mão do produtor. No setor agrícola, há fatores que afetam produtividade que não podem ser controlados; a seca, por exemplo”, avalia.

O impacto das lagartas na redução da produtividade é grande: fica em torno de 50%, de acordo com a estimativa de Cunha. Por isso, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) deve ser estruturado seguindo as especificidades locais e de forma contínua após o processo de dessecação e de tratamento das sementes. “Controle biológico, químico, cultural e, até mesmo, a adoção de cultivares resistentes a um determinado grupo ou espécies de lagartas são fatores cruciais. O conhecimento da lavoura e da praga ajuda na compreensão sobre o momento exato para atacar a praga no campo e, assim, evitar prejuízo. Como a gente diz, para atender o time perfeito de controle”, comenta.

Na hora de selecionar os produtos, a dica do especialista é usar defensivos com ações diferentes, para quebrar qualquer tipo de resistência que as espécies de lagartas possam vir a desenvolver. Produtos à base de metomil, como o BrilhanteBR, que tem registro para as principais pragas das culturas e a ação de choque como característica principal, são indicados. “O item de portfólio da Ourofino Agrociência ajuda a controlar as pragas em várias fases, quando são ovos até quando atingem a fase adulta. Ainda é seletivo de inimigos naturais. E seu principal benefício é que ele traz um controle rápido e eficaz”.

Para o MIP, outra indicação de Cunha é contar com o inseticida de contato, como é o caso do Capataz. A principal característica do produto é a ação de desalojamento, “o que faz com que a praga saia da sua zona de proteção e fique exposta ao produto, garantindo uma maior eficácia”, diz ele, que faz um alerta: “A gente tem que ficar atento a todo o complexo de lagartas, e a Spodoptera frugiperda deve ter atenção especial”.

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