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Na segunda quinzena de março, a FAEP encerrou a primeira rodada de 15 turmas do curso sobre seguro agrícola nas culturas de grãos. A capacitação detalhou a importância da ferramenta para a gestão de riscos, desde o momento da contratação até o final da vigência da apólice. O curso abordou pontos como o conceito de seguro agrícola, a participação do governo nesse processo, produtos adequados a cada necessidade, contratação da ferramenta e como proceder em caso de perdas. A formação reuniu, no total, 521 alunos, entre produtores, funcionários de sindicatos rurais e técnicos da área, de todas as regiões do Paraná, de outros Estados e até mesmo de outros países.
“Além dos produtores rurais, a FAEP decidiu capacitar pessoas que, em algum momento, dão assistência, seja na condução da lavoura ou na contratação do crédito. Quanto mais informação de qualidade o produtor tiver, mais segurança terá para conduzir sua atividade”, destacou Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Atualmente, o Paraná é líder em contratações de seguro rural no Brasil, com quase 40 mil apólices em 2020 no âmbito do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do governo federal. Isso permitiu cobrir uma área de mais de 2 milhões de hectares de soja e um valor segurado na casa dos R$ 7 bilhões.
“É importante que os agentes envolvidos no processo conheçam bem os principais detalhes do seguro agrícola, para que os técnicos possam oferecer o melhor serviço ao produtor e para que o produtor saiba exatamente o que está contratando”, explicou Luiz Eliezer Ferreira, também técnico do DTE.
Entre as questões mais frequentes do curso, estavam os tópicos sobre perícia (como é realizada, prazo para comunicação do sinistro e atuação de técnicos), funcionamento dos programas de subvenção (liberação de recursos, comunicação do deferimento da subvenção, pagamento do prêmio em caso de não conseguir a subvenção do governo) e riscos cobertos e não cobertos.
A produtora rural Juliana Feil Gaffuri administra uma propriedade em Toledo, na região Oeste, ao lado do marido, e geralmente contrata seguro agrícola para as culturas de inverno pela maior suscetibilidade a perdas. Ela decidiu participar do curso para entender melhor as particularidades de cada modalidade e, assim, estar informada do serviço contratado para a propriedade.
“Meu marido utiliza o seguro pela linha de crédito do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], enquanto meu sogro, geralmente, contrata um seguro particular. Achei o curso prático e didático, permitindo entender todas as formas de cálculo das alíquotas e como funciona cada tipo de seguro”, apontou Juliana.
Outros participantes pretendem utilizar os conhecimentos adquiridos na formação para aprimorar a assistência aos produtores rurais, caso do estudante de Agronomia Nicolas de Moraes, de Andirá, no Norte do Estado. Antes de entrar para a graduação, Moraes atuava no mercado de seguros. A ideia é continuar atuando na área após terminar a faculdade, agora com mais conhecimento e experiência.
“O curso foi completo, principalmente por mostrar como funciona o processo na prática. Foi bem interessante aprender mais sobre a base de cálculo para cada tipo de cultura. Informações que, com certeza, vão fazer a diferença no meu dia a dia lá no futuro”, destacou o estudante.
Uma das turmas do curso contou com a presença do aluno Teotónio Alberto Djedje, economista de Moçambique, país da África. “Ele levantou várias dúvidas e elogiou o processo de seguro agrícola no Brasil. Em Moçambique, não existe algo parecido. Ele ficou muito interessado em poder aproveitar o conhecimento adquirido no curso para aplicar à realidade dele”, contou Ferreira, técnico do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Ao final de cada turma, questionários foram aplicados para avaliar o curso, com tópicos como dinâmica da aula, plataforma utilizada, técnica e didática dos instrutores e transmissão do conteúdo, além do suporte da Federação e dos técnicos e a mediação realizada pelos tutores. “A maior parte do feedback foi positivo, principalmente quanto ao conteúdo, nível dos instrutores e suporte oferecido”, comentou Ferreira.
O curso foi dividido em três módulos, com a participação de especialistas em seguro agrícola. O primeiro módulo foi conduzido pelo coordenador do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação no Agronegócio (CEA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Gilson Martins, que abordou a gestão de risco, o PSR e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).
No segundo, o especialista em seguro rural Luiz Antonio Digiovani detalhou as modalidades de seguro rural ofertadas pelo mercado e os tipos de cobertura. A última etapa foi ministrada pelo sócio-proprietário da empresa de regulação agrícola e rural Agrotrust Perícias, Odair Machado, que discorreu sobre contratos, processo de perícia e prêmio ao seguro rural.
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