Inovação marca o plantio da área da Abertura da Colheita do Arroz
Evento será realizado de 12 a 14 de fevereiro de 2020, trazendo novidades em tecnologia e alternativas de futuro ao produtor
Com as consistentes e bem distribuídas chuvas que vêm caindo nos Tabuleiros Costeiros Alagoanos em 2019, começam a se realizar as expectativas de excelentes resultados de produtividade da soja plantada tanto em experimentos de campo quanto em áreas de plantio comercial no estado.
Isso é o que apontam os resultados de ensaios de campo feitos pela Embrapa em Alagoas e os dados de começo de colheita em áreas de produtores que vêm apostando na cultura do grão no estado, tradicionalmente canavieiro, nos últimos cinco anos.
Entre os materiais utilizados nos experimentos e selecionados para cultivo pelos produtores do estado, alguns atingiram níveis de produtividade superiores às médias nacionais (em torno de 56 sacas por hectare) e comparáveis aos grandes produtores nacionais, com resultados de 62 até 72 sacas por hectare.
Para apresentar esses resultados iniciais aos produtores, assistentes técnicos e gestores públicos, a Embrapa Tabuleiros Costeiros promoveu dois dias de campo em parceria com o Sebrae-AL, a Seagri-AL – por meio da Comissão Estadual de Grãos, prefeituras municipais, representantes de empresas de insumos e produtores parceiros.
Na segunda (23), o dia de campo reuniu 45 participantes na Fazenda Surubana, de propriedade do agricultor parceiro Sérgio Papini, em Porto Calvo, no Litoral Norte. Na terça (24), o evento aconteceu na Fazenda Ribeira, pertencente ao produtor Everaldo Tenório, em Campo Alegre, no Agreste Alagoano, e contou com 75 participantes.
Os dias de campo serviram para apresentar e discutir resultados preliminares da introdução e avaliação de 30 genótipos de soja em municípios de Alagoas que integram a nova região de alto potencial agrícola denominada SEALBA (termo formado pela junção das siglas de Sergipe, Alagoas e Bahia).
Os pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros Antônio Santiago e Paulo Albuquerque, que atuam na Unidade de Execução de Pesquisa em Rio Largo, AL, apresentaram os resultados preliminares dos estudos em campo de competição entre os genótipos de soja, além de informações técnicas sobre boas práticas e tratos culturais, como o uso de cobertura vegetal no solo e inoculação por bactérias para fixação de nitrogênio.
No encontro em Campo Alegre, o superintendente da Seagri-Al e presidente da Comissão de Grãos Hibernon Cavalcante informou que a produção de soja de 2019 em Alagoas deve atingir cerca de 5,7 mil toneladas, um recorde histórico. “Isso demonstra que o Programa de Incentivo à Produção de Grãos e atuação da Comissão têm despertado no setor produtivo a importância da diversificação e trazido grandes resultados de milho, soja e feijão”, ressaltou.
Para o anfitrião do segundo dia de campo, Everaldo Tenório, a diversificação de culturas é o caminho a ser seguido pelos produtores. “Nas nossas áreas a soja já vem integrando a produção, principalmente em rotação com as áreas de cana. Em 2019, após cinco anos de trabalho intenso de seleção de materiais mais bem adaptados e definição dos melhores tratos culturais com apoio da Embrapa, temos a satisfação de atingir resultados espetaculares, comparáveis aos grandes produtores das áreas tradicionais do país”, orgulha-se.
Tenório informou que todo o volume da produção deste ano, da mesma forma que 2018, deverá ser destinado ao mercado interno, com destaque para a grande demanda por proteína das granjas do Nordeste, que tem Pernambuco como principal comprador. “Em dois outros anos, já chegamos a exportar toda a produção pelos portos de Sergipe e da Bahia, mas com o aquecimento da demanda interna e o preço equivalente pago pelos compradores regionais, as vantagens logísticas são enormes”, destacou.
Os dias de campo sobre a cultura da soja em Alagoas têm atraído cada vez mais produtores de outros estados interessados em plantar o grão na região. Muitos deles vêm de áreas tradicionais do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e outros de estados vizinhos, como Sergipe. Foi o caso de Claudiano Góis, que produz milho em Frei Paulo, no bem-sucedido polo sergipano do grão. “Já temos uma produção consolidada de milho no Oeste de Sergipe, e a ideia é ver de perto as experiências de sucesso com soja em Alagoas e buscar levar essa cultura com foco na diversificação para o nosso estado”, afirmou.
O produtor paranaense Félix Simonetti, que tem mais de 30 anos de experiência no cultivo de soja em áreas tradicionais no Mato Grosso e desde 2018 aposta em milho e soja em Alagoas, participou do dia de campo. “O papel da Embrapa no sentido de dar um norte aos produtores pioneiros nessas novas áreas é fundamental para nos apoiar a decidir que materiais vamos adquirir para o cultivo. As pesquisas e as informações técnicas que os pesquisadores nos transmitem são de extrema importância na nossa tomada de decisão", ressaltou.
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