Controle de pragas na lavoura exige monitoramento semanal

10.11.2008 | 21:59 (UTC -3)

Uma das preocupações dos produtores rurais é a incidência de pragas nas lavouras. Elas costumam impedir o desenvolvimento das plantas e se não controladas, podem até trazer muitos prejuízos. O monitoramento das pragas é a saída para quem quer se ver livre destas que é considerado um dos fatores restritivos à produtividade.

A entomologista Lúcia Vivan, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, recomenda o monitoramento semanal das lavouras. Acompanhar de perto o desenvolvimento da lavoura possibilita, conforme Vivan, ao produtor ter real informação da população e a garantia no posicionamento dos inseticidas.

De acordo com a pesquisadora, no caso de incidência de percevejos, o diagnóstico preciso da população possibilita ao produtor fazer rotação eficiente de produtos para o controle de percevejos a fim de evitar a resistência desses inseticidas. E no caso das lagartas, produtor e equipe podem também utilizar técnicas eficazes de controle destas pragas.

“Cuidados com as lagartas, principalmente falsa medideira, à medida que a soja tem mais área foliar pelo motivo desta lagarta ficar no baixeiro da planta é mais difícil de controlá-la. Por isso é importante ter tecnologia de aplicação para uma eficácia de controle satisfatória do produto. Cuidado também com os percevejos, principalmente a partir de R3 que é a fase que causarão os danos. Tem de fazer o monitoramento freqüente desse, pois a população deve ser controlada a partir de R1, para não termos aumento e colonização na lavoura”, alerta Vivan.

Mosca branca também é outra praga que merece, segundo Vivan, total atenção do produtor rural e equipe. A pesquisadora recomenda prudência nos talhões próximos às áreas de refúgios para essas pragas. Para tanto, é preciso monitorar as bordaduras destes talhões e não deixar que elas avancem para o centro do talhão.

Estes alertas de Vivan para o início da lavoura são prudentes porque esta fase da soja é considerada crítica, ou seja, há maior incidência de pragas. “Produtor tem de se preocupar também com a lagarta elasmo e desfolhadores (metálicos), e ainda com as lagartas, devido a pouca área foliar das plantas, uma população baixa pode trazer sérios problemas. É preciso monitorar a população de mariposas para conseguir prever o ataque de lagartas e fazer o controle no início da infestação para evitar perdas foliares”, reforça a pesquisadora.

Os corós foram as pragas que tiveram maior ocorrência no início desta safra comparada a safra passada. Este fato se deve, de acordo com Vivan, com o clima. Lagartas das maçãs também foram outras pragas que aumentaram sua incidência nesta safra em relação a anterior. Para este caso, a pesquisadora revela que isso pode ter sido um problema ocasionado pelos plantios de algodão que foram colhidos mais tardiamente na safra passada.

“As pragas são possíveis de serem controladas, mas é preciso controlá-las no período correto. Por isso a importância do monitoramento constante. Quando não controladas, causam sérios danos com perdas econômicas”, aponta Vivan.

Estas informações sobre as pragas da soja em cada estágio e recomendações sobre o manejo delas serão apresentadas por Vivan durante o Fundação MT em Campo: É Hora de Cuidar da Soja 2008 que acontecerá de 19 a 28 de novembro em 16 municípios mato-grossenses.

Mais informações no www.fundacaommt.com.br

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