Continuidade das chuvas preocupa produtores de trigo

20.07.2015 | 20:59 (UTC -3)
Nestor Tipa Júnior

As excessivas chuvas que vem tomando conta do Rio Grande do Sul nos últimos dias está trazendo preocupação aos produtores de trigo, que já foram castigados pelo clima na safra passada. Informações recebidas por cooperativas associadas da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), apontam que as lavouras têm suportado essas pressões iniciais, no entanto, preocupa a permanência das condições climáticas adversas.

De acordo com o diretor-executivo da entidade, Sérgio Feltraco, a expectativa ainda reside para a conclusão da semeadura, pois pelo zoneamento agroclimático restam poucos dias, e, segundo últimos levantamentos pelos órgãos que acompanham a evolução, faltam ainda para o estado semear 20% da área prevista inicialmente. "A ocorrência de fatores climáticos como altos índices pluviométricos, período de baixa insolação e temperaturas elevadas, registrados na última quinzena, que acabam por definir condições desfavoráveis ao pleno desenvolvimento do cultivo, geram dificuldades adicionais para implementar fatores tecnológicos complementares de manejo da cultura neste estágio, como controle de invasoras e adubações de cobertura, além de atenções a ocorrências de doenças", observa.

Conforme Feltraco, nas diferentes áreas de cultivo do cereal no Rio Grande do Sul, a situação de desenvolvimento apresenta performances distintas, mas que com a persistência da chuva, pode haver mudanças. "Disso decorre um quadro de resposta variável que, mesmo estando na fase inicial de desenvolvimento geram expectativas, principalmente quando se incorpora a tendência de consolidação das previsões, anunciadas por institutos de estudos meteorológicos que apontam para os próximos meses manifestação firme do fenômeno El Niño", salienta.

No ano passado houve uma frustração da safra, com uma quebra de 42% em relação ao ano de 2013 por causa do clima, o que deixou os triticultores com um pé atrás em relação ao plantio. A área de 1,15 milhão de hectares do período anterior deve ser reduzida em pelo menos 20% de acordo com projeções da FecoAgro/RS.

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