Conservação do Solo é o tema da 18ª edição da Expoagro Afubra

​Promovida anualmente pela Associação dos Fumicultores do Brasil, nesta edição o tema escolhido para a Expoagro Afubra foi “Conservação do Solo”

20.03.2018 | 20:59 (UTC -3)
Joseani M. Antunes ​

Promovida anualmente pela Associação dos Fumicultores do Brasil, nesta edição o tema escolhido para a Expoagro Afubra foi “Conservação do Solo”. A Embrapa Trigo apresenta alternativas voltadas à agricultura conservacionista durante a participação na feira, que acontece nos dias 20, 21 e 22 de março, em Rio Pardo, RS. A Embrapa lança nesta edição da Exposição, duas novas cultivares: o feijão preto BRS Paisano e a batata-doce BRS Gaita. O lançamento será no dia 20 de março, às 14h30, no estande da Empresa.

De acordo com o coordenador da Expoagro, Marco Antônio Dornelles, a proposta que permeia de todas as edições é promover a diversidade dos temas relacionado à agricultura familiar. A escolha do solo em 2018, segundo Dornelles, se justifica devido a necessidade de conservar a maior riqueza do produtor rural para produzir com sustentabilidade. “Não adianta as melhores tecnologias ou as melhores sementes se a terra da propriedade rural tem problemas”, alerta Marco Dornelles.

A compactação de solo tem sido uma das causas de frustração agrícola na safra de verão, tanto em função da falta de água (estiagens), como também pelo excesso (erosão do solo na enxurrada). Além de dificultar os fluxos de água no solo, a compactação limita o crescimento de raízes, prejudicando o desenvolvimento das plantas. 

De acordo com o pesquisador José Eloir Denardin, a degradação de solo pode ser percebida, normalmente, na camada de 5 cm a 20 cm de profundidade. “A camada superficial, até 5 cm, geralmente apresenta elevada fertilidade, favorável ao desenvolvimento das plantas. Já na camada subsuperficial, de 5 cm a 20 cm, o solo se encontra frequentemente compactado, limitando o desenvolvimento das raízes e os fluxos de água”, explica o pesquisador. 

Estudos conduzidos na Embrapa nos últimos anos têm apontado alternativas para resolver o problema de compactação. Entre elas está a escarificação mecânica, capaz de elevar a porosidade do solo e a infiltração de água nas camadas mais profundas. Porém, o efeito da escarificação mostra-se efêmero, com benefícios prolongados por, no máximo, um ano, dependendo da cultura implantada após à operação.

Soja 

A vitrine de tecnologias da Embrapa na Expoagro Afubra conta com uma área exclusiva para falar de soja. Além de genética, também poderão ser observados os resultados da soja em duas épocas de semeadura.

A época preferencial de semeadura da soja no Rio Grande do Sul é o mês de novembro, mas atrasos na safra de inverno podem determinar a semeadura da soja também em dezembro. A semeadura tardia da soja exige combinações de genética e manejo para o melhor aproveitamento da temperatura e da luz no verão. 

Como opção de cultivares, são recomendadas o uso da soja BRS 5601RR, de ciclo precoce, alto potencial produtivo; e a BRS 6203RR, alia produtividade com amplitude na semeadura - inicia em outubro e vai até 30 de novembro. As duas cultivares são indicadas para as regiões 101, 102 e 103 na Macrorregião Sojícola 1. 

ILPF 

Na vitrine de Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF) o produtor pode conhecer as cultivares de trigo de duplo-propósito BRS Pastoreio e a BRS Tarumã, com ciclo vegetativo mais longo, indicados para preencher os períodos de escassez forrageira, servindo ao agricultor no uso da pecuária e na produção de grãos.

BRS Pastoreio é um trigo mútico, desenvolvido para apresentar ausência de aristas (filamentos na espiga do trigo) que indicam a cultivar para silagem de planta inteira, sem riscos de ferir a mucosa animal durante a ingestão do alimento.  A produtividade na silagem (massa verde) chega a 28.059 kg/ha e o rendimento de grãos (após dois cortes) é de 3.037 kg/ha; e BRS Tarumã, trigo com ciclo tardio (162 dias) que permite a semeadura antecipada, alta capacidade de perfilhamento, resistência ao pisoteio e bom rebrote. Rendimento de grãos médio de 3 mil kg/ha, com produção de forragem 30% superior à produção de matéria seca da aveia preta.

As diferentes alternativas de forragem de verão serão apresentadas pela Embrapa Milho e Sorgo, com as cultivares de sorgo silageiro BRS 658, um híbrido simples de sorgo forrageiro que permite uma silagem de alta qualidade, com estabilidade de produção, alta resistência à estiagem, baixo custo de produção e elevado potencial de produção de massa verde (média de 50 t/ha); e o milheto BRS 1503, com alta capacidade de rebrote, tolerante à seca e alto teor de proteína. 

Lançamentos

Nesta edição da feira, a Embrapa lança uma nova cultivar de feijão preto: BRS Paisano, com grande estabilidade de produção, desempenho diferenciado em cultivos orgânicos, em especial em ambientes com condições climáticas desfavoráveis, excelente qualidade culinária e cultivo em 90 dias. 

Já a área de hortaliças, o lançamento é a nova cultivar de batata-doce, a BRS Gaita, que possui dupla finalidade: para produção de etanol e alimentação. A batata é de polpa creme e alcança 75 toneladas por hectare. Esta cultivar mostra expressiva quantificação de amido, que é um fator importante na produção de álcool, tendo obtido uma média de 26,50 g/100 g, sendo que dados disponíveis indicam valores variáveis entre 19 g e 24 g de amido por 100 g para a batata-doce.  

A exposição é um dos mais importantes eventos nacionais voltados para a agricultura familiar, que recebe anualmente mais de 80 mil visitantes, em sua maioria pequenos produtores rurais.

Participam da Expoagro Afubra 2018 oito unidades da Embrapa: Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS), Clima Temperado (Pelotas, RS), Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), Hortaliças (Brasília, DF), Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), Pecuária Sul (Bagé, RS), Produtos e Mercado (Escritório de Negócios do Capão do Leão, RS) e Trigo (Passo Fundo, RS).   


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