Conselho Nacional do Café divulga balanço semanal

28.06.2013 | 20:59 (UTC -3)
Assessor de comunicação - CNC

— O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro, participou, na última quarta-feira (26), de audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Viação e Transportes na Câmara dos Deputados. Na ocasião, questionamos o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre as políticas para a cafeicultura brasileira.

Mantega reconheceu que o café vive um momento de crise, principalmente por causa de um cenário de oferta satisfatória à demanda e devido aos baixos preços oferecidos pelo mercado aos produtores. O ministro também anotou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) da Pasta está aberta a discussões para buscarmos uma solução para o atual cenário vivido pelo setor, haja vista que o governo precisa participar nas épocas de crise do café, conforme postura que adotou em relação aos outros setores de nossa economia.

Nesse sentido, agendamos para a próxima segunda-feira, 1º de julho, audiência com o secretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland, com o intuito de definirmos a implantação dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e a possibilidade da realização de leilões de Opções Públicas. Esses também serão os itens da pauta de outras duas reuniões, que teremos ainda na próxima segunda-feira, com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e com o secretário de Produção e Agroenergia da Pasta, João Alberto Paixão Lages.

O emprego dessas ferramentas de mercado se faz extremamente necessário para que se comece a devolver a competitividade aos produtores, com remuneração justa, e, principalmente, mantenha-se o emprego no campo. Vale destacar, ainda, que buscamos um valor médio que cubra nossos custos de produção e que, de maneira alguma, gere inflação no preço da bebida, “punindo” o consumidor final, o que, definitivamente, o CNC não concorda e nem permitirá que ocorra.

— Na terça-feira, 25 de junho, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, comentou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) – que tem reunião ordinária prevista para esta sexta-feira (28) – deverá votar um pedido do Mapa para a autorização adicional de R$ 390 milhões para a realização de leilões de Pepro para o café. Se confirmado, caberá a nós, em parceria com as demais lideranças da cafeicultura brasileira, encontrar a melhor maneira para estruturarmos o programa junto ao governo, além de mantermos as negociações a respeito da implantação dos leilões de Opções Públicas.

— Na sexta-feira da semana passada, 21 de junho, a Secretaria de Produção e Agroenergia e o Departamento do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), divulgaram que estão contratando instituições financeiras integrantes do Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR para atuarem como agentes financeiros na aplicação e na administração de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Os agentes financeiros interessados deverão encaminhar, formalmente, proposta de contratação dos recursos à SPAE até o dia 5 de julho de 2013.

— A semana foi marcada por volatilidade nas cotações do mercado futuro de café arábica, em Nova York, e tendência de queda do robusta, em Londres. De maneira geral, o mercado das commodities foi influenciado pelas variáveis macroeconômicas internacionais. No Brasil, mereceu atenção o arrefecimento das cotações do dólar após adoção de novo artifício pelo Banco Central.

A divulgação de dados aquém da expectativa sobre o crescimento do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre deste ano gerou mais tranquilidade no mercado cambial e a reação dos preços de algumas commodities. Com o menor crescimento norte-americano, de 1,8% ante os 2,4% previstos por analistas, os investidores consideraram que a redução da injeção de dólares na economia pelo Banco Central dos EUA (FED, em inglês) não será tão imediata. Por outro lado, o desempenho da China continuou preocupando diante do aperto no mercado interbancário, que sinaliza menor crescimento da oferta de crédito.

No Brasil, o dólar apresentou queda de 2,17%, até o fechamento de quinta-feira. A tendência internacional de desvalorização foi reforçada pela decisão do Banco Central do Brasil de eliminar o recolhimento compulsório sobre as posições vendidas dos bancos no mercado de câmbio. Essa foi a terceira medida adotada pela autoridade monetária brasileira, desde o início de junho, para conter a alta do dólar.

A Colômbia, segundo maior produtor de arábica do mundo, teve que recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir sua exposição aos riscos causados pela instabilidade no mercado cambial. Nesta semana, o FMI aprovou uma linha preventiva de crédito, para o governo colombiano, de US$ 5,84 bilhões.

Após a atingir a mínima de quase quatro anos no dia 20 de junho, a US$ 1,1765 por libra-peso, o vencimento julho do contrato C da Bolsa de Nova York encerrou a quinta-feira com alta acumulada, desde o início da semana, de 290 pontos. A recuperação foi consequência principalmente da cobertura das posições vendidas por parte dos players.

Mas a reação do mercado também foi consequência de temores quanto a uma possível nova greve de cafeicultores colombianos, o que reduziria as exportações daquele país. Com os preços abaixo dos custos de produção, eles decidirão, no dia 3 de julho, se realizarão novas manifestações, pois alegam que apenas 25% dos produtores receberam o subsídio prometido pelo governo, de US$ 75 por carga de café de 125 kg.

Na Bolsa de Londres, o vencimento julho do contrato 409 apresentou queda acumulada de US$ 6 por tonelada até o fechamento de ontem. Os produtores da Indonésia e do Vietnã tem comercializado somente o café robusta mediante o pagamento de significativos prêmios pelos exportadores, devido ao baixo nível das cotações da Liffe. Dessa forma, o aumento das posições vendidas pelos especuladores resulta em distanciamento das cotações da bolsa dos preços realmente praticados no mercado físico. Esse cenário evidencia o aquecimento da demanda mundial pela variedade robusta.

No mercado doméstico, o volume de negócios se mantém baixo em função dos preços aviltados do café arábica e das chuvas que têm atrasado as operações de colheita em Minas Gerais e São Paulo. O indicador de preços do café arábica levantado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) permaneceu praticamente inalterado em relação à semana passada, apontado em R$ 283,28 por saca (+0,17%) na quinta-feira. Já a saca do conilon apresentou variação negativa de 0,70%, situando-se em R$ 241,44.

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