Conforme zoneamento agroclimático, plantio do milho inicia no RS

O preparo do solo para o plantio do milho deverá se intensificar nos próximos dias na grande maioria dos municípios gaúchos

12.08.2016 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues

O preparo do solo para o plantio do milho deverá se intensificar nos próximos dias na grande maioria dos municípios gaúchos. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar e em conformidade com o zoneamento agroclimático, o plantio do milho já iniciou na área compreendida entre o Centro e o Noroeste e a metade Norte do Rio Grande do Sul, em especial nas regiões da Fronteira Noroeste, Missões, Celeiro, Alto Jacuí e Noroeste Colonial. Na microrregião de Santa Rosa e Três de Maio, por exemplo, a lavoura apresenta boa germinação e formação de stand.

Em muitos municípios, prefeituras e sindicatos disponibilizam as sementes de milho, a partir do programa de troca-troca da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Ao mesmo tempo, técnicos da Emater/RS-Ascar anunciam forte indicativo de ampliação da área cultivada para a colheita de grãos, porém, para a silagem, há tendência de permanecer a mesma área ou apresentar pequena diminuição, devido, entre outros problemas, ao abandono da atividade de bovinos de leite em algumas propriedades.

As condições climáticas têm sido favoráveis ao bom desenvolvimento das lavouras de cereais de inverno, especialmente no Norte do Estado, proporcionando uma paisagem com áreas de verde intenso das lavouras de trigo e aveia, intercaladas com áreas de coloração amarelado intenso das lavouras de canola em floração.

A boa insolação durante o dia e precipitações suficientes favorecem o desenvolvimento do trigo, que apresenta excelente potencial produtivo. As lavouras semeadas no cedo já atingem as fases de elongamento e florescimento. Os produtores realizaram os tratos culturais pertinentes ao período e continuam monitorando pragas e doenças. Nos Campos de Cima da Serra, a semeadura do trigo foi concluída, com as lavouras apresentando germinação muito boa e as plantas, ótimo aspecto de cor e uniformidade, indicando uma perspectiva de bons rendimentos na safra.

Citros - No Vale do Caí, estão em colheita as cultivares mais tardias entre as frutas cítricas. Entre as bergamoteiras, a cultivar que está sendo colhida é a Montenegrina, a fruta cítrica mais exportada do RS para outros estados. Também está em colheita o tangor Murcott, também comercializado com o nome aportuguesado de Morcote ou Morgote. Trata-se de um híbrido natural de tangerina com laranja, cuja denominação tangor é formada a partir do inglês tangerine + orange. O volume colhido da variedade Murcott está em 5%. Os preços recebidos pelos citricultores pela bergamota Montenegrina está estável desde o início da colheita, em média a R$ 26,00 pela caixa de 25 quilos. Os valores recebidos pelos citricultores pelas primeiras frutas do tangor Murcott ficaram na média de R$ 25,00/cx.

Em relação às laranjas, também estão em colheita as cultivares tardias Céu Tardia, laranja sem acidez; Umbigo Monte Parnaso, laranja para consumo ao natural por excelência; e Valência, a fruta cítrica com maior área de cultivo no Rio Grande do Sul, destinada para suco, tanto em casa, em lancherias e restaurantes, como pela indústria. Os preços recebidos pelos citricultores tiveram pequeno aumento, reflexo das temperaturas mais amenas da última quinzena, que favoreceram o consumo de frutas e sucos.

Bovinocultura de corte - O campo nativo sem rebrote reduz a taxa de crescimento de forragem e diminui a qualidade. Por isso, e para suprir a deficiência de proteína, é importante o uso de sal proteinado ou mesmo de feno de palha de arroz. O rebanho bovino que não tem pastagens cultivadas de inverno disponível está sentindo a escassez alimentar deste período, durante o qual a pouca oferta disponível no campo nativo é de baixa qualidade.

Apesar de as condições climáticas das últimas semanas serem favoráveis ao desenvolvimento das pastagens de inverno, continua baixa a oferta do principal alimento volumoso (azevém em sobressemeadura). Assim, os produtores disponibilizam aos rebanhos as pastagens com aveia e azevém em desenvolvimento, realizando o pastoreio controlado com diversas categorias do rebanho. Nessa situação, é recomendada a aplicação da adubação de cobertura com nitrogênio, para acelerar o desenvolvimento e dar maior suporte de carga animal sobre as pastagens.

Outra alternativa é o uso de cercas elétricas, dividindo as áreas em potreiros, para obter melhor manejo das pastagens, permitindo a ampliação da oferta de forragem aos rebanhos. Apesar de o campo nativo apresentar escassa oferta de forragem e pouco rebrote, o estado nutricional do rebanho bovino em geral ainda é satisfatório.

Apicultura – O período é de entressafra, exigindo atenção quanto ao manejo alimentar dos enxames. Recomenda-se a alimentação energética para manutenção dos enxames de 50-60 dias, antes de iniciar a florada de primavera, a fim de ter uma boa população de operárias campeiras para o incremento rápido da produção. Mantidas as condições atuais de clima, o apicultor poderá programar o uso da alimentação proteica, com vistas ao fortalecimento e à obtenção de novas crias nas colmeias, visando o próximo período de produção, pois nesta época do ano praticamente não há florada.

Apicultores com habilidade no trabalho com a madeira estão aproveitando este período para construir caixas novas e reformar as usadas e caixilhos, preparando para a próxima safra. Está em andamento a instalação de caixas-iscas para a captura de enxames e a troca de rainhas. Alguns produtores estão fazendo migração das colmeias para eucaliptos em floração.


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