CNA debate isenção de tributos para defensivos agrícolas

Audiência pública realizada hoje no STF discutiu o tema

05.11.2024 | 15:47 (UTC -3)
CNA
Foto: Rosinei Coutinho
Foto: Rosinei Coutinho

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu hoje (5/11) a isenção de tributos para defensivos agrícolas em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF). O STF ouviu diversas instituições púbicas e privadas para obter informações técnicas para o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5553, de relatoria do ministro Edson Fachin, que trata do assunto.

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi (na foto), falou da importância da capacitação e assistência técnica ao produtor rural para uso de defensivos e de se levar em consideração os avanços realizados pelo Congresso Nacional na aprovação da reforma tributária. Segundo o diretor, foram mais de 25 audiências públicas, debates e estudos apresentados para que o agro brasileiro tivesse alíquota diferenciada, assim como seus insumos.

“O produtor rural é usuário dos agroquímicos e não teria problema em substituir essa tecnologia, caso a pesquisa avance. No entanto, qualquer medida que vise a retirada dos benefícios tributários desses defensivos vai impactar no aumento de preço do alimento ao consumidor, porque vai aumentar o custo de produção ou a redução do uso, principalmente, por parte dos pequenos produtores, causando prejuízos para eles", afirmou.

Lucchi citou, inclusive, o trabalho do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) na realização de capacitações e Assistência Técnica e Gerencial para produtores rurais de todo o país, ações que contribuem para um uso mais eficiente dos agroquímicos. "Capacitação e assistência técnica são nossos principais pilares para trabalhar como política pública e corrigir todos os possíveis problemas que nós temos na utilização de desses produtos", salientou.

Bruno Lucchi lembrou ainda que a reforma tributária foi aprovada no ano passado, inserindo na Constituição uma alíquota diferenciada para o agro, com desconto de 60%. “Com a regulamentação do Projeto de Lei Complementar 68/2024, já foi aprovado na Câmara a lista de insumos agropecuários com a inclusão dos defensivos agrícolas”, explicou.

O diretor da CNA observou ainda que outros países do mundo têm tributação reduzida para pesticidas porque são produtos importantes para a produção de alimentos e garantia da segurança alimentar. “O que foi aprovado no Brasil está em consonância com outros países”, destacou.

“Não é aumentando o custo dos químicos que vamos estimular o uso dos biológicos. Os produtores já fazem isso naturalmente porque é uma tecnologia que dá certo. O produtor brasileiro é ávido por qualquer tecnologia que otimize o processo produtivo”, ressaltou.

“Temos que investir em pesquisa, orientação técnica ao produtor e considerar válidos os avanços da reforma tributária para que tenhamos um ambiente de produção harmônico com maior segurança jurídica para todos envolvidos,” finalizou.

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